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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Matemática ou a falta dela

"Ministério promete quadro a 8000 professores" hoje na capa do Diário de Notícias. Por outro lado e "de acordo com o ministério, o número de professores efectivos que integram o concurso de mobilidade interna, no ano lectivo de 2012/2013, é de 5733",  diz-se no Público.
Se bem entendi, existem neste momento mais de cinco mil professores do quadro sem lugar, e já nem falo dos contratados, e o Ministério da Educação, que engendrou legislação, mexeu airosamente na estrutura curricular com pompa e circunstância, aumentou o número de alunos por turma e os horários dos professores e remeteu esses quase cinco mil para a antecâmara do desemprego, quer que oito mil passem a integrar os quadros. Tudo isto numa altura em que Vítor Gaspar se prepara para cortar na Educação. Gostava de saber quem andam a tentar enganar. Já que o Crato é das Ciências Exactas, exactas e precisas na forma como desbaratinando a Educação neste país, podia pelo menos apresentar algo minimamente credível  ou será pedir muito?

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Agosto

Agosto. Agosto e Janeiro. Janeiro porque é frio, cinzento, um mês de espera longa de dias breves e céu opaco que repousa como um manto cinzento, pesado. E o frio. E o nada acontecer. Uma sequência de minutos, horas, dias, semanas a fio sem que nada se faça se não esperar a alvorada e o dealbar de um tempo de esperança. Agosto porque foi sempre mês de demoras longas e ausências dilatadas. Que chegasses. Que tivesses tempo, vontade para aproveitar a vida que se passeava a teu lado sem que reparasses, ensombrado por afazeres imperiosos que me colocavam em espera, a nós em suspenso. Janeiro virá, Janeiro de esperas longas. Espreito o fim de tarde e vejo a tarja de mar que me acompanha sempre que me abeiro da cozinha, a tarja de mar cinzento, azul, prateada ao pôr-do-sol, mutante ao longo do ano e vou agradecendo a graça deste Agosto contigo. Prazeres pequenos inconfessáveis, coisas só nossas, cumplicidades que não permitem palavras. Chamas-me de lá de fora enquanto juntos respiramos a tarde que se abandona lentamente nos braços da noite. Chamas-me para ver o luar de Agosto que se adivinha Vem ver a lua! e eu vou e sei que hei-de ter saudades deste Agosto.

Receita aqui.