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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

E lá fora, o frio


Sou um bocado obsessiva nos gostos. Se gostar de uma camisola de determinado modelo tenho vontade de comprar mais duas de cor diferente. O mesmo aplica-se a outras peças de roupa, acessórios ou seja o que for do que gosto, à excepção de uma ou outra coisa que por decoro não vou aqui referir. Nessa mesma medida se gostar muito de uma cidade ou país tenho sempre vontade de voltar. Berlim ou Londres, Cabo Verde ou Brasil são destinos a que regressaria assim a vontade me permitisse, quase sempre portanto, e a partir de agora quase nunca, sendo que o ‘quase’ é um acessório absolutamente ilusório nesta minha nova condição de depauperada. Quando fui a Munique num Dezembro passado e descobri os mercados de Natal passei a ter uma nova obsessão: mercados de Natal. Sempre que chega esta altura do ano, lá para os fins de Novembro, cresce em mim uma vontade imperiosa de me aconchegar num cachecol, atafulhar-me em casacos felpudos, gorros e luvas e perder-me entre a multidão, beber um Glühwein bem quente, enquanto as pessoas se passeiam mercado acima mercado abaixo numa romaria colorida e perfumada, e deixar-me envolver por momentos nessa que se diz ser a magia do Natal. Nada disto pode parecer muito mal excepto se se souber que sou mulher de sol e luz, portadas abertas e janela no basculante até o sol se esconder e que encontra amparo em dias tépidos ou escaldantes, o bálsamo verdadeiro que afasta cansaço, stress, angústia. Muito. Quase tudo. Mas obsessão é obsessão e até ontem apetecia-me um mercado de Natal e até ontem porque quando pus o nariz de fora à noite e senti o vento cortante em frente à basílica numa noite de breu gelada e impiedosa  sem que cachecóis, casacos e gorros me pudessem valer, percebi de que são feitos os sonhos, de sonhos apenas. Manias revestidas de grinaldas de fantasia. A realidade é outra coisa.

4 comentários:

  1. Adorei e partilho - sou mulher de sol e luz e, tal como a Leonor, tenho uma visão romântica do Natal (qualquer dia posto algo sobre isso, já andava a pensar nisso:)). Essa visão é o que me leva gostar um pouco mais da quadra, mas que em nada se assemelha ao que acabo por ter:) De qualquer maneira, tb eu acho que adoraria maercados de natal. Tenho uma grande amiga que está a dar aulas na Alemanha (foi minha estagiária de Inglês/Alemão) e adora e mostra fotos verdadeiramente lindas, mágicas, com a neve, enfim, que vão ao encontro das minhas ( e suas:)) fantasias natalícias. Feliz Natal, Leonor. **** Kisses

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  2. O Natal é muito cansativo. Este ano decidi torná-lo mais leve: menos presentes, mais calma e menos comida. Vamos ver como corre. Os mercados de Natal têm um ambiente muito especial. Acabam por materializar em parte essa tal ideia mitificada do Natal. Se um dia puder experimente, Fátima. Vale mesmo a pena.

    Frohe Weihnachten :)))))

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  3. A ideia do mercado de Natal agrada-me mas apenas os conheço nas minhas fantasias. Agora também me apetecia perder num deles.
    Bêjos, Leonor.

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    1. Ias gostar, Loca, é tão diferente desta maluqueira do consumismo desenfreado.
      Bêjos :)

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