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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Leonor à rasca

E aqui estou numa noite de Agosto, agarrada ao computador, escrevendo, reescrevendo, apagando, cortando, acrescentando. E podia ser um texto interessante, uma historieta das que me saltam ao caminho quando estou de feição e bem-disposta. Mas não. Descodifico nacos de prosa burocrática como 'O docente revela uma atitude informada e envolve-se de forma participativa e interveniente face às políticas educativas' e pergunto-me como raio quererão eles que eu prove isto. E faço isto? E é importante para que um professor seja um bom professor: consciente, atento, competente? Escrevo pois o meu relatório de auto-avaliação, uma pérola de gabarolice, não há outra forma de o fazer, ah, boa, tão boa eu, tantas coisas que fiz, a antítese de se ser professor. Sou eu que tenho de fazer os meus alunos brilhar mas não sou que tenho de brilhar. Eles. Eles é que são o importante. Se serei melhor professora depois disto ou se terei qualquer recompensa por fazê-lo, sei que não,  fá-lo-ei, contudo, linda e obediente, a abanar a cauda sem latidos nem uivos. Good good girl.

3 comentários:

  1. Parece desabafo mas informa e dá a conhecer o que se sabe por dentro e nem sempre se diz por corporativismo ou encolhimento - é corajoso, de sua parte mas! além dos iluminados das ciências da educação qual é o peso 'do sindicato' em tudo 'isto'?


    Não lhe queira estar na pele!
    Não sei se aguentava; quieto e calado...

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  2. Não sou sindicalizada e para lhe ser bem sincera nem quero saber. Só quero a minha tranquilidade de volta e uma avaliação que me permita reflectir de uma outra forma, sem estas papeladas.

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  3. E tem razão, é mesmo um desabafo :)

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