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quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

A Curva da Estrada

No topo margaridas amarelas.
Logo a seguir
A morte é a curva da estrada. Morrer é só não ser visto.
o nome do autor por baixo, à direita,
em letras mais pequenas.
Mais abaixo um nome
Maria Amélia Soares Simões da Silva
duas datas
17.08.1900 – 26.09.1989
logo por baixo
um outro nome
António Fernando Mendes de Barros
duas datas também
12.05.1936 – 02.09.2005
sobriamente gravados sem artifícios nem dourados sobre o definitivo granito preto, liso, escorreito, discreto, homenagem ao amor incondicional que ambos nutriam pela terra que ambos viu nascer e eu e o H. comentando baixinho contra o vento gélido de Janeiro Ficou bem, não ficou? Ficou, concordámos.
Um abraço terno de consolo, a mão procurando outra mão, palavras trocando-se singelas, um pensamento de homenagem, uma lágrima tímida de saudade
no silêncio sepulcral
do cemitério.

6 comentários:

  1. Muito interessante este post.

    A simplicidade é , muitas vezes, uma forma superior de revelação.

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  2. Obrigada, laerce, também pela visita. Às vezes sou um pouco "barroca" na escrita. Acho que tem a ver com disposição.

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  3. Muitos beijos L. E um abraço apertado.

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