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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Crónica de uma poupança inusitada

Estais aflitos? Sem saber o que fazer? Onde cortar? Como poupar? Descansai que o irmão José António Saraiva tem a solução para tão grandes males. Por exemplo, eu que sou rapariga de grandes luxos vou imediatamente adaptar tão sábias considerações à minha vidinha de cortes e recortes e pôr em prática esta pérola: “A propósito de carro, por que não escolher sempre um modelo abaixo daquele que ‘normalmente’ iríamos comprar. Em vez de um Mercedes E, um Mercedes C; em vez de um Audi 6, um Audi 4”. Ora aí está, logo agora que com o meu chorudo subsídio de Natal tencionava adquirir esse tal de Mercedes E, irei humilhar-me a um modestíssimo Mercedes C. Uma maçada. Já em relação aos hotéis em viagem deixar-me-ei de "escolher às cegas um de cinco" estrelas. Sim, a felicidade é possível num de três ou quatro estrelas. Imagine-se. Soubesse eu de tão preciosos conselhos e teria prescindido do Moët & Chandon no dia do meu aniversário há cerca de duas semanas, já para não falar da água Vittel, Vichy ou Voss com que costumo mandar a empregada dar banho às quatro gatas cá de casa. O meu problema está mesmo na depilação, já que a proposta é que em cada cinco visitas à esteticista ou lá como lhe chamam nesses sítios da moda se reduza uma. Contudo, obstarei a este busílis recorrendo a uma técnica que foi sugerida no Facebook a propósito destas pérolas: chamuscar-me-ei nessa vez mas com o maçarico de queimar o leite-creme para não perder o estilo. Barato e eficaz. De chamuscada não passo

terça-feira, 21 de junho de 2011

A insustentável lógica do Ministério da Educação

Corria o mês de Março. Acabada de chegar de uma semana na Velha Albion com os meus alunos, o ambiente era mais uma vez de altercação entre o professorado aquém e além da sala de professores da minha escola azul-cueca. Desta vez não era a avaliação ou os titulares, ai as saudades que eu tenho de um ressabiamento à moda antiga, da malta a contar furiosamente pontos como quem os junta no cartão de grande superfície comercial. Nada disso, o povo até andava relativamente sereno quando o Ministério da Educação se lembrou de fazer acções de formação para classificadores de exames e o povo andava altercado, e muito bem, porque aparentemente teríamos de assinar um contrato de três anos, uma verborreia disparatada que se foi pelo sue próprio pé. Mas pormenores à parte e fora o dito contrato que acabou por nunca aparecer, a ideia nem me pareceu muito mal. Nunca é demais reflectir sobre essa tarefa hercúlea de classificar. O que me pareceu mesmo muito mal, mas mesmo muito mal, foi que com acções de formação em Lisboa eu tivesse sido destacada, convocada, simpaticamente obrigada para frequentar a acção como os mesmos formadores e sobre o mesmíssimo assunto em Coimbra. Não adianta fazer um exercício de lógica, aventar hipóteses, pensar e reflectir ou questionar Mas olha lá se havia uma turma em Lisboa porque é que foste parar a Coimbra? Ninguém sabe. Nem o próprio Ministério que pariu esta bela coisa. Ordeira e boa rapariga, ah como gosto de me sentir tão boazinha, lá dispus do meu fim-de-semana, do meu dinheiro, até hoje ainda ninguém se dignou a pagar as despesas da gasolina, portagens e pernoita, e rumei ao Centro. Linda menina, pois, a que frequentou uma Acção de Formação para classificadores de exames de Inglês. A mesma marmanja que hoje se dirigiu à sua escola azul-cueca, mais uma vez obediente e ordeira, para tomar conhecimento de que tinha sido convocada para classificar exames. E corria tudo bem, excepto a parte de não me pagarem que o povo é povo mas não vive do ar, quando os meus olhos aterraram num pormenor curioso. É que desengane-se quem acha que eu vou corrigir exames de Inglês, exames para os quais recebi formação paga pelo Ministério que ainda não pagou. Era lógica a mais. Vou classificar exames de Alemão. Não é lindo?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Cogitações

Depois de tanto se malhar no Sócrates, pergunto-me em quem se irá malhar depois de Domingo à noite. É bom que se vá pensando num substituto sob pena de se sofrer uma insuportável síndroma de privação. Sete anos de bordoada não se esquecem facilmente e o homem é um animal de hábitos, diz-se.