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sábado, 28 de fevereiro de 2009

3 for 2

Ainda gostava de saber por que e que um livro em Terras de Sua Majestade custa oito ou nove libras e em Portugal nenhum se compra por menos de treze euros.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

From Scotland with love

Postar sem acentos apresenta-se-me como uma aventura. Aqui ando catando palavras sem os ditos, fugidias que nem wild haggis por estas misteriosas e sedutoras Terras Altas.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

E mais uma...


Reposta a ordem, o cidadão foi dormir com a sua senhora de rolos na cabeça, deu-lhe a queca costumeira, sem ais nem uis, com a camisa de dormir e pijama de entremeio, beijo na testa e três ave marias redentoras de ser tão incompetente nas artes fornicadeiras para posteriormente se aliviar na casa de banho com revistas da especialidade. Não sei o Ministério Público lhe seguiu o exemplo, mas sei que este país é uma grande e sonora risada.
O resto está no PNETmulher e toca a rir que hoje é Carnaval.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Away


E quando lerem estas letras estarei longe, algures bem a Norte, no sítio onde os homens usam saias, a confirmar o mito e a beber uma pint. Estaria, se não levasse os meus alunos comigo, assim fico-me por estar apenas no sítio onde os homens usam saias.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Revoltante, revoltante...

é ter saído da escola ontem às 21.30 para estar a trabalhar para as estatísticas do Sócrates.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Maluqueiras à meia-dúzia

E seria lá capaz de negar um pedido do Mike? Aqui ficam seis das minhas muitas manias:

* Tenho um olfacto muito apurado. Sinto aromas à légua e, se pudesse, cheirava tudo antes de comer.

* Sou incapaz de fazer uma receita ipsis verbis. Começo com a melhor das intenções, respeitadora e reverencial, e, quando dou por mim, pouco ficou da receita original.

* Tenho um ódio figadal a todos os trabalhos domésticos, excepto a cozinha, que é um prazer imenso.

* Não tenho paciência nenhuma para pessoas hipocondríacas que encetam conversas sobre maleitas e fraquezas e que fazem das doenças uma forma de vida.

* Detesto depender dos outros e ter os outros muito dependentes de mim. Talvez por isso, seres muito pequenos fazem-me alguma confusão.

* Tenho pavor de perder os que amo. O Freud explica ou apenas a força dos afectos.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Cronicando

A ideia começou a maturar não sei exactamente quando, embora admita que, com a idade a avançar e os dias jovens para trás, a saturação de uma profissão desgastante, socialmente desprestigiante e desprestigiada, e a necessidade de dias tranquilos sem confusões supérfluas criadas em gabinetes com fins estatísticos muito precisos e minuciosos agravou a necessidade de bater a porta do ensino e sentir fluir os dias entre momentos de plenitude e calmaria sem acusações ou julgamentos em praça pública.
hoje no PnetMulher

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

ʇǝuɹǝʇuı ɐu ɯǝɹqoɔsǝp ǝs ǝnb sɐsıoɔ

¿oɹıƃ oãʇ é oãu ˙ɐpıpuǝɹ noʇsǝ nǝ ˙oʇsı ɯoɔ ǝs-ɯɐʇɹıʌıp 'soƃıɯɐ soɯıssíɹɐɔ 'ál éʇɐ ˙opıʇuǝs ɐçɐɟ ǝnb ǝ sɐpɐǝpɐɔuǝ sɐıǝpı ɯoɔ 'oıɹés ɐ oʇxǝʇ ɯn 'oʇuǝɯoɯ ɯn 'ɐpɐɥlɐƃsǝ ɯǝq ɐıɹóʇsıɥ ɐɯn 'soɹqɯǝɯ ǝ oɔuoɹʇ 'ɐçǝqɐɔ ɯoɔ oƃlɐ ɹǝʌǝɹɔsǝ ɐɹɐd odɯǝʇ o ɐʇlɐɟ oʇuɐnbuǝ ʇsod oɯıʇdó ɯn oãp ǝnb ǝ...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Regressarei...

assim que emergir das provas de recuperação, planos de recuperação, objectivos individuais, fichas de auto-avaliação e outras aberrações desmioladas que produzirão maravilhas nas estatísticas de Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Dia de cronicar


Devia ter previsto que ela me esperaria paciente, como as fêmeas fazem, esperaria, ai como esperaria, até que surgisse a brecha, a frincha, o momento decisivo para me castigar, fustigar e para me fazer sentir culpada pelas palavras que lhe dediquei. Obviamente tudo atitudes femininas, mais femininas não poderiam ser, só as fêmeas conseguem que os homens façam das suas palavras boomerangs que a eles voltam, por vezes violentamente, e só as fêmeas se agarram àquela palavra, aquela mesmo, pequenina, ínfima, insignificante mas que uma vez descoberta se tornará poderosa, capaz de afugentar dragões e outros seres de que rezam os mitos.
Para ler o resto nada como uma escapadinha ao PNETMulher

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Terça-feira


Maria Odete não foi sempre assim. Muito antes deste mal que lhe afligia os humores e a fazia espojar-se no chão como uma égua relinchante, tempos houve em que Maria Odete era mulher pujante, equilibrada em saltos vertiginosos, prazeirosa em ostentar roupas, ouros refulgentes e carros vistosos na proporção dos restantes acessórios.

O resto pode ser lido no sítio onde sete mulheres cavaqueiam a seu bel-prazer, no PNETMulher, já se sabe.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A cusca e a inquilina

A cusca era uma mulher pelos seus sessenta anos, rotunda e de penugem farta sobre o lábio superior que catava no fim-de-semana na cabeleireira da aldeia, altura em que aparecia com as sobrancelhas depiladas em arco e as superfícies agora dadas ao ar avermelhadas pelo calor da cera. A cusca não se chamava cusca, a cusca chamava-se um outro nome. A cusca passeava a barriga proeminente rua acima e rua abaixo, durante a semana passeava também a bata de trabalho sempre com as mãos nos bolsos e os sentidos despertos não fosse acontecer algo na sua vizinhança.
A cusca tinha um filho, único, tão rotundo como ela, sem as mamas achatadas sobre a pança, mas igualmente tisnado do sol que padecia de solteirice aguda, o que sendo tão parecido com a cusca senhora sua mãe não era de estranhar. E parecido que ele era, o mesmo olhar ensimesmado e desconfiado, a denúncia inequívoca da sua origem, as sobrancelhas a tocarem-se. Azar tivera. Caso fosse parecido com o pai mudar-se-lhe-ia a sorte, porque não sendo a beldade das beldades, era um homem jeitoso para os padrões. A cusca chorava e chorava-se muito e sofria muito com este mal do seu filho, tantas casas e um carro tão bom e solteiro, tanto sofria, que, quando um dia lhe bateram à porta para a convidarem para um casamento, debulhou-se em lágrimas e aos ais, que não, que não podia ir, ai que desgosto, meu rico filho, que só ia a casamentos quando o seu menino se casasse.
A cusca era carinhosamente apelidada de cusca porque nutria um especial interesse por tudo o que dizia respeito à vida alheia e, na sua condição de cusca, efabulava amiúde para justificar as falhas nas narrativas urdidas em conversas dispersas. Certo dia a cusca bateu à porta da inquilina. Era Domingo à tarde e a inquilina detestava Domingos à tarde e de Inverno para agravar a situação. A inquilina pensou Vem cá vem, vem cá vem, que vais ver como elas te mordem… A inquilina deixou a cusca aproximar-se de mansinho e quando ela estava aos salamaleques, boas tardes e outros fait-divers, a inquilina resolveu pôr em pratos limpos os boatos que lhe haviam chegado
Havia uns meses que a casa da cusca se enchera de manchas amarelas que mais pareciam um quadro de Miró, humidade entranhada nas paredes que se soltara com o calor da lareira, razão lógica para qualquer mortal. Não sendo a cusca qualquer mortal, não havia razão que maculasse as suas ricas casas, excepto uma utilização medieval da sua querida lareira. Era ela a inquilina que andava a assar chouriços na lareira.
A inquilina chegou-se à porta, por esta altura, ia eriçada e furibunda, e atira à cusca Ora ainda bem que aí vem. Então diga-me lá. Anda para aí a dizer que eu asso chouriços na lareira? A cusca ruborizou, escandalizada e aflautou a voz Eu? Eu a dizer uma coisa dessas? A inquilina não lhas poupou. Uma ensaboadela bem passada que deixou a cusca em estado calamitoso de choraminguice. Que não, que não tinha dito nada, que as pessoas é que eram maldosas e que isto e que aquilo e foi-se afastando-se aos Ora vejam lá, diz uma pessoa uma coisa, abanicando a saia domingueira até ao portão que deixou criteriosamente fechado. E depois desse dia não mais vi a cusca.