A minha vizinha morcega tem pavor do campo, vive aprisionada dentro da casa, trancada mesmo em dias de sol brilhante e tardes tranquilas de estio, tem medo de bichos, é alérgica a n coisas e substâncias campestres, agarra o filho mínimo pela mão e corre desesperada atrás dele mal a criança faz tenção de respirar um pouco de ar puro e fazer uma festa aos cães e gatos da vizinhança. Como seria de esperar, a morcega odeia gatos e, como seria de esperar, a criança adora fazer uma festarola à bicharada, gosto que raramente lhe é concedido. A morcega diz ser alérgica aos mesmos e, como seria previsível, os gatos gostam de lhe fazer umas visitas de quando em vez, à relva bem entendido. Resta acrescentar que estando no campo, há gatos à solta: eu tenho gatas, a vizinha tem gatos e o vizinho, um vetusto morador cá da aldeia, tem gatas também. Em verdade vos digo que a minha grande pena, o meu enorme pesar, é os felinos serem tão desobedientes. Da minha parte foram já inúmeras vezes incumbidos de se aliviarem de líquidos para o chorão que tem plantado no meio da relva e que me tapa a vista da janela da cozinha, visto que a ela nem mal nem bem lhe faz, por tão pouco o avistar.
Isto foi no fim da tarde, início da noite. Estávamos os dois a apaziguarmo-nos com o stress quotidiano, a saborear a acalmia, o H. grelhando uma carne para o jantar, eu dando-lhe apoio moral, eis se não quando a morcega sai irada pela porta da cozinha e, de chinela em riste, arremessa-a contra uma das nossas bichanas. Ficámos sem fala. Segundos mais tarde chamei a gata, já a morcega vinha de chinelo na mão de regresso ao lar, visto ter já apanhado ar naquele arremesso que lhe faz serventia até ao Natal e talvez inebriada pelo oxigénio nem articulou uma palavra, por exemplo, podia ter-se queixado da gata, que não percebemos afinal que lhe tinha feito ou, antes disso, cumprimentar. Fiquei assustada ao pensar que, na janela da cozinha em frente à minha, mora a psicopata do chinelo.
Quando viemos para aqui disse-lhe para afastar o gato, o nosso, do seu quintal, caso ele por lá rondasse e pedi-lhe desculpa pelo incómodo causado, assegurando-lhe que da nossa parte tudo seria feito para evitar que o gato lá fosse. O quintal não lhe interessa para nada, à morcega, visto sofrer de bisonhice aguda e fotofobia em estado avançado, mas é seu e tem todo o direito de não querer lá um gato que seja. Nem o filho ela lá quer quanto mais um gato... O que acabo por achar hilariante é ela andar a dizer que tem a relva cheia de dejectos dos felinos, resíduos sólidos, por assim dizer. Mas alguém já imaginou quantos gatos durante quanto tempo seriam necessários para lhe encherem a relva de caca? Outro mistério por resolver é quando, mas quando é que tal alma averigua e atesta que o seu belo relvado está como ela diz estar? Achará ela que os felinos, sejam eles quais forem, meus e dos vizinhos e outros sem dono, não têm mais nada para fazer, se não decorar-lhe a relva? E não sabe que os gatos não deixam a caca ao ar livre, sua ignorante? Confesso-vos que se me arremessassem com um chinelo também lhe deixava uma caquita por lá, só para a dita ver com quantas cacas se cobre um rectângulo de relva…
Isto foi no fim da tarde, início da noite. Estávamos os dois a apaziguarmo-nos com o stress quotidiano, a saborear a acalmia, o H. grelhando uma carne para o jantar, eu dando-lhe apoio moral, eis se não quando a morcega sai irada pela porta da cozinha e, de chinela em riste, arremessa-a contra uma das nossas bichanas. Ficámos sem fala. Segundos mais tarde chamei a gata, já a morcega vinha de chinelo na mão de regresso ao lar, visto ter já apanhado ar naquele arremesso que lhe faz serventia até ao Natal e talvez inebriada pelo oxigénio nem articulou uma palavra, por exemplo, podia ter-se queixado da gata, que não percebemos afinal que lhe tinha feito ou, antes disso, cumprimentar. Fiquei assustada ao pensar que, na janela da cozinha em frente à minha, mora a psicopata do chinelo.
Quando viemos para aqui disse-lhe para afastar o gato, o nosso, do seu quintal, caso ele por lá rondasse e pedi-lhe desculpa pelo incómodo causado, assegurando-lhe que da nossa parte tudo seria feito para evitar que o gato lá fosse. O quintal não lhe interessa para nada, à morcega, visto sofrer de bisonhice aguda e fotofobia em estado avançado, mas é seu e tem todo o direito de não querer lá um gato que seja. Nem o filho ela lá quer quanto mais um gato... O que acabo por achar hilariante é ela andar a dizer que tem a relva cheia de dejectos dos felinos, resíduos sólidos, por assim dizer. Mas alguém já imaginou quantos gatos durante quanto tempo seriam necessários para lhe encherem a relva de caca? Outro mistério por resolver é quando, mas quando é que tal alma averigua e atesta que o seu belo relvado está como ela diz estar? Achará ela que os felinos, sejam eles quais forem, meus e dos vizinhos e outros sem dono, não têm mais nada para fazer, se não decorar-lhe a relva? E não sabe que os gatos não deixam a caca ao ar livre, sua ignorante? Confesso-vos que se me arremessassem com um chinelo também lhe deixava uma caquita por lá, só para a dita ver com quantas cacas se cobre um rectângulo de relva…
Tem bom ar a tua vizinha, anh!!!
ResponderEliminarCoitada da criança!
Será que o arremessar do chinelo é algum desporto novo para psicopatas em potência??
Também gostava de saber que mal lhe fez a gata, gostava!!
Tenho pena do miúdo, é um bem disposto e a sorte é mesmo a criança andar no infantário. E a história da gata foi um absurdo. Felizmente os meus outros vizinhos são uns amores.
ResponderEliminarCoitadinho do miúdo, com uma mãe assim com certeza que terá problemas futuros.
ResponderEliminarE chinelada nela também :-P
Bem giro, o Ruivo!
ResponderEliminarQue treta da morcega, realmente! Espermos que o miúdo se vá conseguindo escapar à mãe. E vá dar chinelada lá para outro lado, fáchavor!!
É Ruiva, fantasminha, a rapariga felina andou com o sexo trocado durante seis meses. Tem cara de gaijo mas é um gatita. Agora quando chegar a casa vou-lhe fazer pontaria, à morcega, claro :)
ResponderEliminarBem... Deixa-me cá começar por afinar a garganta (não sei como se escreve o respectivo som)...
ResponderEliminarEu compreendo um bocadinho a tua vizinha... Também sou um bocadinho "gatofóbica".
Para dizer toda a verdade, sou também "zoofóbica" em geral. :) E "vizinhofóbica" também. :)) Para além de "pestes dos filhos da vizinhofóbica"... :)))
Basicamente, não gosto que nada entre no meu jardim, nem o fumo dos cigarros dos vizinhos. :))))
(Agora já estás a pensar Mas que raio de maluca esta me saiu! Mas não estás só: o meu marido acha o mesmo.)
Daí até desatar à chinelada à bicharada, aos vizinhos ou às pestes dos filhos dos vizinhos, ainda vai uma grande distância. Mas não deixa de ser uma bela de uma panca, não achas?...
Quanto ao meu filho, deixo-o ir para o jardim à vontade e até insisto nisso. Mas ele volta para dentro de casa sempre que as pestes dos filhos dos vizinhos começam a chateá-lo do lado de lá do muro, dizendo que querem vir para o jardim dele. Sai à mãe, o que é aue eu hei-de fazer? :D
Beijola.
lol, Carlota! Mas eu aceito perfeitamente que nem todos gostem de gatos e fomos nós próprios a apresentar desculpas antes. Além disso tentamos que as gatas não vão para lá e só saem ao fim do dia, quando saem... O que achei lamentável foi a atitude. Acho que é daquele tipo de pessoas que acha que viver no campo é giro para contar aos amigos mas que estaria melhor num apartamento sem este tipo de preocupações. Quanto aos filhos dos vizinhos são uns amores e este pequenote também. Beijocas :)
ResponderEliminarFaltou-me acrescentar que também sou "territorial" mas não com a bicharada ;-)
ResponderEliminarBoa vizinhança. Até têm direito a espectáculo!
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