Nem sempre os professores conseguem medir com exactidão ou prever com rigor o que está para acontecer nas suas aulas. Na verdade, acredito que este será também um dos encantos de se ser professor, a total ausência de rotina e a surpresa que cada minuto, hora ou aula encerra.
Desta feita, estávamos na aula a ler uma entrevista com a Wangari Maathai, a propósito das questões ambientais. Não obstante as alterações bruscas de clima e as inúmeras advertências em torno deste tema, os alunos continuam a pensar que aquilo é coisa dos livros, muito provavelmente inventada pelos professores para lhes moerem o juízo. Um desses dias quando lhes falei no vórtex de lixo no Pacífico, arregalaram bem os olhos e foram questionando o que acabara de dizer Mas isso é mesmo verdade, stora? Do tamanho do Texas? Sim, sim é verdade, sim é do tamanho do Texas. Estou certa que este assunto não se enquadra nas tipo coisas fixes que eles tanto querem, legitimamente talvez, e, portanto, torná-lo num assunto interessante mesmo com filmes, documentários e uma panóplia infindável de materiais autênticos não se apresenta como tarefa fácil. Na escola aprende-se o que vem nos livros, não o que se passa na vida, logo, tudo o que se situa além da sala de aula está sempre distante e aparentemente não é chamado para dentro daquelas quatro paredes.
Algures, lá para o fim da entrevista, Waangari Maathai reafirma uma tomada de posição controversa relativamente ao VIH/Sida. Ao debatemos a opinião, aproveitei a para chamar a atenção dos alunos pela enésima vez acerca dos perigos de contágio do VIH e reiterei o que sempre reitero junto deles, que nos devemos proteger sempre, e sempre é sempre, sem qualquer excepção. Aprender é também aprender a viver. Eles acataram, disseram que sim, que sabiam, sim, já sabiam, certamente aquela seria também a enésima vez que ouviriam o conselho. Sim, stora sabemos, mas mesmo antes de eu ter tempo para pensar fosse no que fosse, um deles virou-se para o colega e disse, recriminador, Ouviste, João*? O João ouvira. Esboçou um sorriso meio tímido e eu com ele um meio amarelo. O pobre João é o único dentro da sala de aula que consegue destacar-se dos restantes, até de mim própria. Foi pai, já neste ano lectivo, obviamente não por vontade própria, mas por não se ter protegido sempre, tal como eu acabara de acentuar. Tamanha prontidão no processamento de informação deixou-me sem resposta. A mim e ao João.
Desta feita, estávamos na aula a ler uma entrevista com a Wangari Maathai, a propósito das questões ambientais. Não obstante as alterações bruscas de clima e as inúmeras advertências em torno deste tema, os alunos continuam a pensar que aquilo é coisa dos livros, muito provavelmente inventada pelos professores para lhes moerem o juízo. Um desses dias quando lhes falei no vórtex de lixo no Pacífico, arregalaram bem os olhos e foram questionando o que acabara de dizer Mas isso é mesmo verdade, stora? Do tamanho do Texas? Sim, sim é verdade, sim é do tamanho do Texas. Estou certa que este assunto não se enquadra nas tipo coisas fixes que eles tanto querem, legitimamente talvez, e, portanto, torná-lo num assunto interessante mesmo com filmes, documentários e uma panóplia infindável de materiais autênticos não se apresenta como tarefa fácil. Na escola aprende-se o que vem nos livros, não o que se passa na vida, logo, tudo o que se situa além da sala de aula está sempre distante e aparentemente não é chamado para dentro daquelas quatro paredes.
Algures, lá para o fim da entrevista, Waangari Maathai reafirma uma tomada de posição controversa relativamente ao VIH/Sida. Ao debatemos a opinião, aproveitei a para chamar a atenção dos alunos pela enésima vez acerca dos perigos de contágio do VIH e reiterei o que sempre reitero junto deles, que nos devemos proteger sempre, e sempre é sempre, sem qualquer excepção. Aprender é também aprender a viver. Eles acataram, disseram que sim, que sabiam, sim, já sabiam, certamente aquela seria também a enésima vez que ouviriam o conselho. Sim, stora sabemos, mas mesmo antes de eu ter tempo para pensar fosse no que fosse, um deles virou-se para o colega e disse, recriminador, Ouviste, João*? O João ouvira. Esboçou um sorriso meio tímido e eu com ele um meio amarelo. O pobre João é o único dentro da sala de aula que consegue destacar-se dos restantes, até de mim própria. Foi pai, já neste ano lectivo, obviamente não por vontade própria, mas por não se ter protegido sempre, tal como eu acabara de acentuar. Tamanha prontidão no processamento de informação deixou-me sem resposta. A mim e ao João.
*nome fictício
Ainda bem que não gostas de rotina. Eu não suportaria as surpresas pelas quais deves ter de passar; gosto sempre de poder calcular tudo aquilo com que me posso confrontar durante o dia de trabalho (e depois dele também!).
ResponderEliminarQuanto a esta história que se passou numa das tuas aulas, gostei imenso de a ler! Imagino como às vezes os professores deverão sentir-se face a determinadas situações... sendo que esta não terá com certeza sido das mais difíceis!...
:)
Beijola.
E os colegas lá estão para apontar os erros ao João, né??......
ResponderEliminarBjossss
Gosto mesmo de não ter rotina, o pior é quando chega Junho, porque a partir daí até Setembro e excluindo os dias de férias não posso fazer planos.
ResponderEliminarEsta situação não foi nada difícil mas fiquei constrangida claro.
Beijocas às duas