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quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Pão-por-deus

No dia de Pão-por-deus as portas de minha casa escancaram-se, um prolongamento evidente da alma risonha e desvelada. Espreito-os pela janela, depois do chilrear que habitualmente os denuncia. Descem a rua e encaminham-se decididos para a minha porta. Tocam à campainha. Abro-lhes a porta, dizem ao que vêm e, de saco aberto, pregam os olhos vivos e iluminados na mesa colorida com recipientes vários: rebuçados, chupa-chupas, moedas de chocolate e gomas. No olhar o sentido de justiça infantil e com ele escrutinam quantas moedas a um e a outro, quantos chupas e se todos levam em igual quantidade de cada uma das guloseimas ao dispor. De ano para ano o crescimento evidente. Alguns dispensaram, entretanto, a vigilância familiar e regressam mais confiantes à procura das moedas de chocolate ou das bolinhas, imprescindíveis neste dia de alma iluminada. Um beijo, uma festa na cabeça, agradecem felizes, com os sacos tilintando e os sorrisos inestimáveis. Até para o ano.

10 comentários:

  1. É muito giro e este ano vieram tantos garotos que depois da segunda visita o Hélder teve que ir ao supermercado buscar reforços. Como no primeiro ano que aqui estive abri a porta e preparei tudo, agora não há quem os pare, vêm direitinhos à nossa casa :-)
    Bjs

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  2. As línguas de gato que prometeste o ano pasado, estão reservadas? ;)

    Beijocas

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  3. Lembro-me tão bem de bater às portas a pedir o pão-por-deus, quando era miúda! Ainda hoje tenho na memória a expectativa e o prazer de trazer o saco cheio de bolinhos secos e rebuçados. É tão fácil fazer feliz uma criança, não é? Pena que isto se faça cada vez menos, mesmo na província.

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  4. Este ano vieram ainda mais garotos do que o habitual. É engraçado porque há imensa gente de fora do concelho mas que aderiu em força a esta tradição.
    Bjs

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  5. Na minha terra chama-se "bolinhos e bolinhós". Dazia todos os anos, e tenho pena que hoje os miúdos estejam a misturar cada vez mais essa tradição com o Halloween americano. Este ano apareceram lá miúdos disfarçados de bruxas, munidos de abóboras com luzes artificiais.
    Onde andam as caixas de cartão, pintadas a marcadores, com a vela pequenina?
    Sigh...

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  6. ehehe tão giro! que bom que é morar na aldeia :)

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