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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

De post no bolso

E enquanto arrumava os despojos do jantar -gosto da palavra despojos- a mente resvalava-me inquieta ainda na ressaca do dia que se fez longo Só gostava de saber quem foi o energúmeno que inventou a nova avaliação dos professores. Quem terá sido o parvalhão? Vou até ao frigorífico guardo o frasco dos espargos -também gosto de espargos- e de novo Quem terá sido o animal que pariu tal coisa? De regresso à banca Isto dava um post. Começo a escrever o texto Gostava de me encontrar cara-a-cara com o energúmeno que se lembrou desta avaliação dos professores… Reconsidero Não, energúmeno não. É muito forte. Ora deixa cá ver. Tento reescrevê-lo do ponto de partida. Não gosto do início e a palavra energúmeno deixou-me na dúvida. Burro? Anormal? Idiota? Parvalhão? Mentecapto? Dado o adiantado do dia foi-se-me a tampa da caixinha de eufemismos e, antes que lhes pudesse valer, fugiram-me noite adentro. Voltarão pela manhã como um gato regressado das noites de vadiagem. Energúmeno, pois claro. Revejo os sinónimos possíveis no dicionário mental à mistura com detergentes e esponjas da louça, lanço um olhar fugaz à noite escura pela janela. Não consigo vislumbrar os eufemismos, nem um só, e nenhum adjectivo me parece tão adequado como energúmeno. Esqueci o texto, portanto, e guardei o post.

5 comentários:

  1. Leonor, este post também vai para a colecção dos meus favoritos.

    Dizes-me onde arranjaste essa tua caixinha de eufemismos? :)

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  2. :-)

    Arranjei a caixinha de eufemismos durante os sete anos em que dei aulas na faculdade, se bem que a convivência na escola em geral também me tem ajudado ;-)

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  3. energúmeno é pouco! Diria antes energumérrimos!!(Esta palavra não deve existir...quero lá saber!!)

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