Despertar com os raios de sol forte a espreitarem-me pelas frestas das portadas. Acordar estremunhada pelos feixes de luz e levantar-me apressada, detesto perder um dia de sol, o duche rápido, pelo corpo ainda húmido um vestido leve que escorregue como carícia, os pés livres e desimpedidos, as havaianas, indefectíveis, imprescindíveis, indispensáveis nos momentos de abandono ao lazer, ao prazer de nada pensar e muito pouco ser. O pequeno-almoço tranquilo, não demasiado dolente, o sol espera-me lá fora. Saio, chinelo pelo jardim fora nas havaianas coloridas, os melros fogem, penduram-se como trapezistas no canavial, a relva como um tapete fofo acamado pelos passos despreocupados sem destino definido, uma festa ao cão do vizinho, Cãozinho lindo, és o meu cãozinho também, dia sem festa canina não é dia, as gatas que buscam refúgio na exuberância do maçaroco, dará mais este ano?, flores que despontam, o hibisco laranja vai dar flor, as hidrângeas regressam outra vez lilases, aniladas, azuladas, é do ferro, dizem-me, que abandonaram os tons rosáceos em definitivo, confiro a passiflora, entrelaça-se ardente, as flores libertam um perfume perfeito para esta manhã de Maio sonhada.
Maio, maduro Maio. Finalmente, é quase Junho...
ResponderEliminarÉ quase Junho mas tudo o que descrevo continua a ser um sonho, Ana. Este tempo está a dar cabo de mim :(
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