Primeiro, leio as receitas com um respeito reverencial, perscruto-lhe as entrelinhas, releio, atenta ao pormenores, quantidades e modos de preparação e penso Hei-de fazer esta receita. Vou fazer esta receita. Estabeleço um calendário No fim-de-semana ou reformulo Sexta-feira ao jantar sujeito a nova reformulação ou Quinta ou calendarização Talvez Sábado.
Segundo, faço uma abordagem às artes gastronómicas num momento prévio de preparação, confiro os ingredientes na despensa e no frigorífico, elaboro uma lista de necessidades a satisfazer no périplo ao supermercado mais próximo e começo a magicar Aqui era capaz de não ficar mal uma pitada de orégãos ou Podia substituir o tomate ou Não vou pôr pimentos.
Terceiro, faço-me à vida e entro no supermercado, confirmo a lista de necessidades e, quando chego aos legumes, cruzo-me com a secção de cogumelos frescos, lanço um olhar de cobiça aos pleurotos. Mau grado a cor, levam-me aos míscaros da minha infância pela consistência e textura aparentemente carnuda. Reformulo mentalmente a receita, deixando para trás definitivamente os tomates e os pimentos e acrescentando-lhe os pleurotos É capaz de ficar bem. Rumo a casa.
Quarto, deito-me finalmente à fase alquímica da mescla de sabores, espreito o mar da janela da cozinha, olho-o sempre veneranda antes de me concentrar, a inspiração perfeita para que os sabores se liguem e amem, e começo finalmente, afastando pensamentos negativos ou estados de alma soturnos, não são compatíveis com manjares opíparos. Duas cebolas picadas, uma grande daria de igual forma, um dente de alho e um fio generoso de azeite, ou dois, o cozinheiro para o ser deve ser generoso nas porções e disciplinado no método. Ao som do frigir, corto a courgette em pedaços pequenos, as duas beringelas e vou-me finalmente aos pleurotos também cortados em pedaços sobre a tábua de madeira para os juntar ao refogado, entretanto condimentado com uma colher generosa de pasta de tomate e salpicados com rigor de orégãos e alecrim. Está a correr bem, penso. Na janela da cozinha deixo de contemplar o mar para ver a noite descer como um manto escuro pontilhado de estrelas, enquanto o perfume invade a cozinha. Numa ida breve ao frigorífico encontro mozzarella e ocorre-me a ideia de que talvez gratinado ficasse melhor Fica de certeza. Quinto, e ficou.
Segundo, faço uma abordagem às artes gastronómicas num momento prévio de preparação, confiro os ingredientes na despensa e no frigorífico, elaboro uma lista de necessidades a satisfazer no périplo ao supermercado mais próximo e começo a magicar Aqui era capaz de não ficar mal uma pitada de orégãos ou Podia substituir o tomate ou Não vou pôr pimentos.
Terceiro, faço-me à vida e entro no supermercado, confirmo a lista de necessidades e, quando chego aos legumes, cruzo-me com a secção de cogumelos frescos, lanço um olhar de cobiça aos pleurotos. Mau grado a cor, levam-me aos míscaros da minha infância pela consistência e textura aparentemente carnuda. Reformulo mentalmente a receita, deixando para trás definitivamente os tomates e os pimentos e acrescentando-lhe os pleurotos É capaz de ficar bem. Rumo a casa.
Quarto, deito-me finalmente à fase alquímica da mescla de sabores, espreito o mar da janela da cozinha, olho-o sempre veneranda antes de me concentrar, a inspiração perfeita para que os sabores se liguem e amem, e começo finalmente, afastando pensamentos negativos ou estados de alma soturnos, não são compatíveis com manjares opíparos. Duas cebolas picadas, uma grande daria de igual forma, um dente de alho e um fio generoso de azeite, ou dois, o cozinheiro para o ser deve ser generoso nas porções e disciplinado no método. Ao som do frigir, corto a courgette em pedaços pequenos, as duas beringelas e vou-me finalmente aos pleurotos também cortados em pedaços sobre a tábua de madeira para os juntar ao refogado, entretanto condimentado com uma colher generosa de pasta de tomate e salpicados com rigor de orégãos e alecrim. Está a correr bem, penso. Na janela da cozinha deixo de contemplar o mar para ver a noite descer como um manto escuro pontilhado de estrelas, enquanto o perfume invade a cozinha. Numa ida breve ao frigorífico encontro mozzarella e ocorre-me a ideia de que talvez gratinado ficasse melhor Fica de certeza. Quinto, e ficou.
yummy ;)
ResponderEliminaro envolvimento com os ingredientes é esse mesmo .. para que o 5º mandamento se concretize :)
Guten appetit *
Ora aqui estão duas coisas que eu sou incapaz de fazer: a primeira, criação culinária; a segunda, escrever deliciosamente bem.
ResponderEliminarTambém gosto! Muito!
ResponderEliminarAi... até fiquei sem palavras!
ResponderEliminarUma receita em cinco actos... e eu fiquei com fome em três tempos. (risos)
ResponderEliminarYummy mesmo, once, nem eu sabia que ficava tão bom.
ResponderEliminarEu não sou é capaz de seguir uma receita à risca, Carlota :-)
Eu também, ciranda.
Mas algo me diz, fantasminha, que esta receita não é muito do teu agrado...
Bem-visto, Mike, fico contenet por lhe ter aberto o apetite.
Beijinhos a todos
Pois, nisso realmente tens razão :) Mas o texto está magnífico e até abre o apetite.
ResponderEliminarObrigada.
ResponderEliminarPodes ficar descansada que quando cá vieres não há ratatouille mestiço ;-)
É um prazer passar por cá. Não tenho comentado, mas tenho lido. Sempre!!
ResponderEliminarE, como bem diz a Carlota, e como todos já dissemos numa e noutra caixa de comentários, escreves deliciosamente bem!
:))
Li a receita «com um respeito reverencial», perscrutei-lhe «as entrelinhas», reli, «atenta ao pormenores, quantidades e modos de preparação», e pensei, «Hei-de fazer esta receita. Vou fazer esta receita.» E faço mesmo, neste fim-de-semana. Espero que a Leonor não tenha omitido nenhum detalhe… ou que não me escape nada, nem o mar da janela, nem a noite pontilhada de estrelas. :-)
ResponderEliminarBem aparecida, Sinapse :-)
ResponderEliminarPode ficar tranquila, Luísa, não omiti nada. Beijinhos e boa receita :-)
Sou exactamente igual, Leonor: incapaz de seguir uma receita à risca. Se não inventar não tem graça nenhuma. Mas faço como tu, cheia de boas intenções... leio primeiro tudo com muita atenção e comprovo se tenho os ingredientes todos. Depois altero tudo. :-)
ResponderEliminarSeremos criativas ou transgressoras? ;-)
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