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domingo, 21 de dezembro de 2008

Nacos de prosa (5)

Calma, meu anjo. Não se trata de uma gordinha pela metade, Meia. Nem da meia (aquilo de colocar nos pés) de uma gordinha, portanto, uma meia-gordinha.
Trata-se de você mesma, leitora, navegadora da Internet. Eu sei que você é meia-gordinha e que existe um erro de português aqui. Mas meio-gordinha não é o mesmo que meia-gordinha. Que me perdoem os amargos gramáticos, mas gordinha é meia. Meia-gordinha, Meia-gordinha soa melhor, sua menos. Meia-gordinha, como você está, no ponto.
Pró meu gosto, meia-gordinha é o que há. Aliás pra todo mundo que conheço. Só que ninguém assume: o brasileiro, influenciado pela moda francesa, quer a magra. Pra pegar onde? Pra segurar o quê? Pra recostar em claviculares saboneteiras? Pois é muito melhor espalhar sabonete pela bundinha de uma meia-gordinha.


Mário Prata, Diário de um magro 2. A volta ao Spa, Rio de Janeiro, Objetiva

2 comentários:

  1. O que eu ja me ri, Leonor...
    Mas sou suspeito porque quando se trata de mulheres, defendo sempre uns quilos a mais em vez de uns quilos a menos. :-)
    Conhecia os "love holders", as "pegas" mas nunca tinha ouvido falar de claviculares saboneteiras. ;-)

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  2. O Mário Prata é o máximo. É um dos escritores barsileiros que adoro ler. Esta passagem é muito engraçada. Pela parte das mulheres que têm uns quilos a mais, eu incluída, agradeço :-)

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