As homenagens raramente são feitas de visitas ao cemitério. As homenagens ao meu pai são momentos e palavras partilhadas ou apenas sentidas sem que de tal dê sinal, sem alaridos ou exuberâncias, exactamente como sei que ele gostaria, amante confesso da vida singela prenhe de afectos e amor, caminho único que conheci para lhe chegar à alma. As homenagens ao meu pai são os momentos íntimos que guardo na morrinha dos dias longos e breves. Momentos sem alvoroços e choros. Um vinho que se bebe, o do seu agrado, os livros que afago e leio, as palavras que ainda julgo que me dirige quando me falta, falta-me sempre, o sorriso que relembro, gestos quotidianos embrulhados em silêncios longos e ausências dolorosas invisíveis aos demais, inaudíveis a todos. As homenagens ao meu pai raramente se cumprem em visitas ao cemitério. Hoje no dia em que faria anos preferi dedicar-lhe palavras. Estas. Não murcham como as flores.
Um beijo grande. Daqui a oito dias vou ser eu com (mais) saudades.
ResponderEliminarSaudades destas deviam ser proibidas!!!! Beijos
ResponderEliminarNem as leva o vento, mesmo em dia de vendaval, Leonor. Um abraço a si e à sua mãe. As minhas saudades, por incrível que pareça não gosto desta palavra, vão chegar antes das da Mad. Daqui a 5 dias faz 3 anos que ele partiu, esse pirata. (Leonor, não sei lhe peça para apagar este comentário, não vá ele lê-lo). ;)
ResponderEliminarObrigada, Mike. Fica registada a deferência através do uso dessa palavra malvada. Cá para mim, os pais rondam os blogues, mas se o meu cá aparecer, nem quero pensar... a esta hora já moeu o juízo ao S. Pedro com a minha falta de vírgulas, estrangeirismos, "estória" assim escrito, e se me apanhou algum stress escrito com -e no fim nem imagino o que terá sido por aquela eternidade... É que a minha mãe, comparada com ele, é a bondade em pessoa no que toca a vírgulas e outras imperfeições ;-)
ResponderEliminarBeijos, Mike
Esta é a prova, Leonor, de que os pais nunca morrem.
ResponderEliminarUm beijinho.
Beijoca grande, Leonor.
ResponderEliminarSão estas saudades, vestidas de pequenos rituais, apenas descodificados pelos nossos afectos que tornam a existência de pai num momento perpétuo.
ResponderEliminarUm abraço de quem reconhece na sua, a minha saudade.
São estas as melhores homenagens...
ResponderEliminarPodias estar a falar do meu, tão parecidos que eram pelas tuas palavras... engraçado.
ResponderEliminarAs minhas homenagens também não passam nunca pelo cemitério, até porque ele não está lá. Nunca esteve, aliás.
Como diz a miúda lá em cima, não tarda nada estamos nós a falar em saudades. É para isso, sobretudo, que servem as datas (que deviam ser proibidas, como as saudades)
Um beijo
Beijo também ao Mike, já agora. Não sabia que se herdava a pirataria... :-)
ResponderEliminarObrigada a todos pelos comentários. As palavras perpetuam a memória.
ResponderEliminarUm abraço Leonor! E as saudades nunca passam. Ficam apenas mais redondas.
ResponderEliminar:))
Querida, que definição linda, linda, de saudade...
ResponderEliminarestou emocionada. vc descreveu com muita beleza um sentimento meu.
um beijo
M.
Que bem dito, Maria do Sol, mais redondas doem menos.
ResponderEliminarBeijinho
Martha, eu sei que infelizmente me entende.
Beijo