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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Chiado, Tejo e tudo (7)

E regresso ao elevador com a cidade a esconder-se nos braços da noite. No miradouro de S. Pedro de Alcântara, os corpos abandonam-se à languidez da tarde em bancos de jardim. Turistas lançam um último olhar e a descida recomeça. Da irlandesa e do sérvio não há rasto. Ter-se-ão perdido na grandeza de um espaço acolhedor e mágico, perdido na mistura do passado e do presente e na sua própria mistura. No elevador um grupo de turistas italianos, um casal de ingleses e brancos e pretos e morenos e louros e velhos e novos. A mistura necessária para que a riqueza intelectual e cultural prevaleça. Assim é o Chiado.

 (fim)

4 comentários:

  1. Um poema sem fado
    São tantas as palavras num fado

    é uma língua diferente, como uma onda virada que se contorce no mar
    ou uma estrela pousada no mesmo lugar
    e um telhado perdido na cidade que eu amo,
    continuo a amar

    As palavras que eu canto no sussurro de um fado

    sonhadoras perdidas
    peregrinas
    promessas de antes...uma fatalidade

    Sendo tudo ao acaso a verdade é que o fado acontece-me assim

    é uma história escrita
    um quadro obra-prima
    é um sol deitado sob um telhado perdido na cidade que eu amo,
    continuo a amar


    as palavras num fado são a língua da rua,
    um alento, um amor, uma luz boa.

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  2. Leonor, gostei imenso desta sua reportagem, e da chamada de atenção para alguns «pitorescos», em que nunca tinha reparado. Fico a aguardar o próximo ensaio… talvez sobre o triângulo Castelo – Graça – Alfama? ;-)))

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  3. Eu, como a Luísa, também gostei. Muito. :)

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  4. Obrigada pelo seu contributo sempre tão inspirado, Ana :-)

    Foram apenas duas horas de passeio, Luísa. Se fosse agora, faria diferente mas foi engraçado. Quam sabe um dia com mais calam aceite o seu repto. Aliás, até engraçado fazer-se uma corrente blogosférica em que cada um falava sobre o mesmo ponto da cidade para comparar as perspectivas.

    Ora, Mike, sempre um cavalheiro

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