Páginas

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O livro

Não sendo mulher de fé nem de fervores místicos, a Bíblia, para mim, é apenas um livro. Fundamental na cultural ocidental, inspirador para muitos, crentes ou não crentes, prenhe de uma imaginação delirante em alguns episódios e carecida de uma explicação racional nos mesmos ou noutros, que contudo podem encontrar na sua força metafórica a solução para o irresolúvel nas mentes pragmáticas. Sendo um livro, como qualquer outro, permite a uma pletora infindável de interpretações, tantas quanto os leitores e tantas quanto os contextos sociais, políticos e religiosos o permitirem. A História prova-o e não é por acaso que, regendo-se pelo mesmo livro, existem religiões diferentes, cristãs na sua essência, mas com diferenças substanciais quanto a ritos e práticas, todas elas com um denominador comum: A Bíblia. Se perguntarmos a uma Testemunha de Jeová por que não comemora aniversários ou o Natal, ele responderá porque não está na Bíblia, se questionarmos um rastafari porque fuma erva a resposta será porque está na Bíblia. Sendo para mim um livro, a Bíblia não é mais do que isso, portanto, para mim, descrente, as palavras de Saramago reflectem, além da sua condição de provocador implacável, papel que cumpre com mestria, a literatura deve ser sempre provocação, uma interpretação. A Bíblia pode não ser apenas “um manual de maus costumes”, mas pode também sê-lo se o isolarmos da palavra de Deus. Saramago tem direito à sua interpretação.


Também no Delito de Opinião

12 comentários:

  1. Eu tenho para mim que, mesmo sendo religioso, pode ter-se bom senso...

    ResponderEliminar
  2. Pois, fungaga...

    Já vi, Ana. Obrigada

    ResponderEliminar
  3. Leonor cheguei ao blog por acaso, mas fiquei porque vale mesmo a pena.Queria dar-lhe os parabéns porque de facto escreve magnificamente bem.:)

    ResponderEliminar
  4. Leonor cheguei ao blog por acaso, mas fiquei porque vale mesmo a pena.Queria dar-lhe os parabéns porque de facto escreve magnificamente bem.:)

    ResponderEliminar
  5. Leonor cheguei ao blog por acaso, mas fiquei porque vale mesmo a pena.Queria dar-lhe os parabéns porque de facto escreve magnificamente bem.:)

    ResponderEliminar
  6. Bem isto assimilou três vezes! As minhas desculpas.

    ResponderEliminar
  7. Se queres saber, estou ansiosa por ler o livro. Não podia haver melhor incentivo!

    ResponderEliminar
  8. Eu postei, não inocentemente, integrado no tema "o que é nacional é bom". Não sou apreciador de Saramago (nunca tive paciência para a escrita do Nobel), mas ele revela-se um óptimo marketeer. Não é Teimosita? (risos)

    ResponderEliminar
  9. Pode-se gostar, ou nao gostar, mas aqui a questão é respeitar!

    Perdeu uma boa ocasião para estar calado!

    ResponderEliminar
  10. Apoiado, Saramago e cada um de nós pobres mortais tem direito a sua interpretação.
    beijo

    ResponderEliminar
  11. Bem-vinda, Laetitia, e muito obrigada. Três é um número sagardo, logo num post em que se fala do que fala. Volte sempre :)

    Claro, teimosita :)

    Ora bem, Mike :-)

    Não concordo, poveirinha, a opinião dele foi bem contextualizada e se é o que pensa, pode e deve dizê-lo.

    Claro, Martha!
    Beijo deste lado do mar :)

    ResponderEliminar

Comments are welcome :-)