Em mim vive um bicho rebelde que raramente aceita um não porque não, a menos que seja dada uma justificação corroborada pela razão ou o coração esteja em causa. Nessa situação o não, o mais pequenino e insignificante indício de que um não virá a caminho será o suficiente para me deixar quieta sem mais resposta, os sentimentos não se devem pedir, nunca pedinchar e jamais suplicar. Este bicho rebelde que me acompanha desde sempre faz com que, por exemplo, me apeteça o oposto daquilo que posso fazer apenas porque o oposto me soa a uma libertação remota daquilo que me ocupa no momento e que me tolhe os movimentos, tarefas aborrecidas, chatas, enfadonhas, entediantes. Se estiver numa sala fechada a ouvir barbaridades ou banalidades quero de imediato fugir, se estiver na rua apenas porque sim quero ir para dentro da sala porque me parece melhor, sem as barbaridades e dispenso as banalidades. Deve ser, pois, por este ataque tardio de adolescência rebelde que desconfio ter-se tornado num traço de personalidade que agora, justamente agora, neste exacto momento em que o trabalho parece fêmea em plena procriação, me apetece escrever. Quando finalmente o trabalho abrandar e me puder dar ao luxo de umas horas sem cabeça nem corpo ocupados neste mester de ser professora e formadora, sei, ah se sei, que me vou abandonar meio inerte com o ecrã branco à minha frente e vou argumentar Estou tão cansada que nem me apetece escrever… e não é porque esteja cansada, é porque posso e quando posso já não quero.
Tal e qual...
ResponderEliminarEh pá, isto que vou dizer não vai cair lá muito bem por essas bandas, menina rebelde. Mas pronto, aqui vai: espero que tenha trabalho, muito trabalho, imenso trabalho, Leonor. ;D
ResponderEliminarOra bem, Buzas :-)
ResponderEliminarCruzes, Mike, espero que lá para Dezembro tudo abrande :)))
Bolas...como me encaixo tão bem neste texto!
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