com a morte, também o amor devia acabar. acto contínuo, o nosso coração devia esvaziar-se de qualquer sentimento que até ali nutrira pela pessoa que deixou de existir. pensamos, existe ainda, está dentro de nós, ilusão que criamos para que se torne todavia mais humilhante a perda e para que nos abata de uma vez por todas com piedade. e não é compreensível que assim aconteça. com a morte, tudo o que respeita a quem morreu devia ser erradicado, para que aos vivos o fardo não se torne desumano. esse é o limite, a desumanidade de se perder quem não se pode perder. foi como se me dissessem, senhor silva, vamos levar-lhe os braços e as pernas, vamos levar-lhe os olhos e perderá a voz, talvez lhe deixemos os pulmões, mas teremos de levar o coração, e lamentamos muito, mas não lhe será permitida qualquer felicidade de agora em diante.
valter hugo mãe, a máquina de fazer espanhóis.
Olá, Leonor!
ResponderEliminarDevo dizer, apenas e sinceramente, obrigada por postar coisas tão lindas, porém, sempre quero dizer mais...curti isso mil vezes!
Abraço
Janaina Porto
Este naco de prosa deixou-me baralhado, Leonor. Mas o amor não acaba?... hum... se calhar toma outras formas, mas continua a ser amor... estou baralhado. (risos)
ResponderEliminarGostei muito deste livro, Janaina :)
ResponderEliminarAcho que o que ele quer dizer é que o amor devia acabar de forma a que não sofrêssemos quando morre alguém que amamos, Mike.
Já me lembrei hoje de si, fui ver 'Precious'. Fico curiosa para saber o que acha do filme ;-)
Sim, Leonor, foi isto também o que pensei;)
ResponderEliminarJá o amor, verdadeiro, não tem fim... "E o povo se atrapalha na linha do amor". O máximo que pode ocorrer é uma transformação da forma em que desejamos materializar este amor.
Lembrei-me que o Francisco Buarque, em uma canção, diz exatamente isto: "Oh metade amputada de mim, leva o que há de ti". Traduções, traduções ;)
Abç
Muito bem visto, o que diz o Chico, Janaina.
ResponderEliminarBeijo deste lado do mar :)