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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Delights

Vinte e duas e cinquenta e nove marca o relógio deste ecrã em branco de onde escrevo. Do lado direito um livro que trouxe num fim-de-semana em Dublin, escolhido num dos raros momentos de total descontracção entre escaparates cheios de livros e silêncios entrecortados pelo passar de páginas tranquilo e passos quase cerimoniosos de impacto absorvido pelas alcatifas acolhedoras. Modern Delight chama-se. Breves textos sobre os pequenos prazeres do quotidiano, tudo aquilo que pode marcar a diferença neste continuum de dias e meses e anos a que se chama vida. E fiquei a pensar que prazeres são esses os que ainda mantenho deste caminho que se tornou num corrupio, permanentemente de cabeça cheia de burocracias e tarefas para cumprir, que prazer resta de dias e dias afogada e esmagada pelo cansaço.
Vinte e três e onze, confirmo. O crepitar da lareira e a noite de breu lá fora a embalar sonhos e a acalentar a esperança de um dealbar luminoso. Uma gata que se espreguiça. Pequenos prazeres.

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