Se és funcionário público, és um merdoso manga-de-alpaca, proxeneta de todos os trabalhadores honestos e cumpridores deste país. Não fazes nada, faltas sempre que podes, recorres a atestados médicos falsos, tens regalias sem limites, vais passar férias para as Caraíbas com o dinheiro do vizinho, tens casas, carros, telemóveis, ganhas acima da média e, mau, funcionário mau e ranhoso, filho da puta mor, culpado de todos os males deste país, tens o que mereces agora. Se te reduzem o salário é porque o mereces, se te roubam o subsídio de férias e subsídio de natal por tempo que se prevê indefinido, é bem feito. Querias o quê, ó chulo de merda? Não interessa que tenhas filhos ou compromissos, sim quem te mandou, ó presunçoso projecto de gente que ainda tem o topete e a ousadia de ter vida como os outros? Reduz-te à tua insignificância de capacho onde a elite produtora deste país limpa os cumpridores pés.
Se trabalhas para o privado, és um lindo cumpridor, chegas a horas, um modelo de pontualidade e eficiência, não vais para o Facebook e blogues em tempo de trabalho, arfas e abanas o rabo à passagem do chefe, trabalhas com afinco e empenho, és eficiente e produtivo, ajudas e participas na construção deste país, não vives acima das tuas possibilidades, carregas contigo um velho telemóvel dos anos 90, e és tu, meu lindo menino, coisinha linda da mãe, ó minha fofurinha eficaz, séria e competente, que estás a levar o país para a frente e a acarretar com essa massa indigna e rasteira de funcionários públicos, os tais que merecem tudo o que têm e ainda mais.
E no meio destes dois não há mais nada. É fácil conclui-lo pelas caixas de comentários deste blogue. Lamentavelmente.
Também no Delito de Opinião.
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