Sou uma procrastinadora mediana e
mediana porque só procrastino até ao ponto em que não o posso mais fazer e
entre mortos e vivos, pedaços de vontades espalhadas pelo sol da tarde e
ímpetos vários de coisas diversas, arregaço as mangas e faço o que devo fazer.
Hoje já queimei o meu passado na lareira, por exemplo, cartas e cartas de um
amor antigo que acabou por nunca ser e que nem sabia mais existir, cheio de
contenção e meias palavras que se estenderam por longas cartas ainda escritas à
mão. A seguir lavei a cabeça e pus o coração a arejar do cheiro ao passado. E
depois descansei entre vários passeios virtuais. Queimar o passado cansa. Bebi
um café longo e aromático, espreitei a tarde lá fora e as réstias de sol que espreguiçam oblíquas sobre a relva. Agora vou ver testes
enquanto a gata se despede deste Janeiro ameno em sonos longos e tranquilos, um
olho que me espreita a espaços. Já vou. É agora que vou. Sim. Só mais um bocadinho
então. O telefone toca.
:)
ResponderEliminarÀs vezes, e em algumas coisas, também procrastino um pouco (esta palavra é muito complicada :P)
(pena que não se possa queimar na nossa cabeça o que se pode queimar na lareira! ;-))
Verdade, mas ontem pude :)
ResponderEliminarEscreves com mt poesia nas palavras... Muito bonito. :)
ResponderEliminarObrigada, Fátima, mas tem dias :) Naquele dia em que nos gamaram os subsídios não houve poesia nenhuma. Foi mesmo o vernáculo todo sem eufemismos :)
ResponderEliminarAs palavras dizem-na muito bem, quase a conseguimos ver.
ResponderEliminar~CC~
Ai que susto, ~CC~, assim sinto-me nua.
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