Durante um tempo achei que esquecíamos
os livros que líamos na escola porque os professores não os tornavam suficientemente
interessantes e atractivos. Lembro-me de livros de total negregura, sabem os
deuses como li Eurico o Presbítero e
como fiquei a odiar The Catcher in the
Rye. Acontece que no caso destes dois livros, os professores responsáveis
por cada uma das disciplinas eram competentes e interessados. Não seria pois
problema deles. Foi só mais tarde que percebi que o problema das leituras
obrigatórias não era dos professores, podia ser dos livros, não tenho a menor
dúvida, mas era acima de tudo do imperativo ‘Lê!’ Diz Daniel Pennac que o verbo
ler não comporta o imperativo. Nada mais certo. Ainda hoje, mulher adulta, se
me mandarem ler ou se tiver de ler por obrigação é um sacrifício, procrastino
até à última, apetece-me invariavelmente ler outras coisas, mastigo as letras
com enfado, e tenho digestões lentas e incomodativas.
Mas os livros que lemos na escola
assaltam-me de vez em quando. Não os livros, mas frases soltas que me ficaram
na memória. Estranhamente assaltam-me muito uns versos do Cesário Verde quando
se me anoitece a alma e por aqui paira alguma soturnidade. Desta vez o que me assaltou
foi um verso solto de uma cantiga de amigo. Terá sido há umas três décadas, mas
fiquei com aquela sonoridade das ‘avelaneiras frolidas’, logo eu que nunca vi
uma avelaneira. E isto tudo veio porque a receita desta semana do Dorie às
sextas eram uns biscoitos de avelã. Podiam ser olhos de avelã, provavelmente a
cor mais bonita de olhos, mas não. São sempre os livros que me cutucam.
Receita aqui.
Receita aqui.
As pessoas mudam... em novitas não ligamos tanto a livros pesados... :D
ResponderEliminarQuanto aos biscoitos de avelã, quero!
É verdade, mudamos e connosco os nossos gostos :)
ResponderEliminarOs biscoitos ficaram deliciosos, pena não podermos fazer aqui uma festa.