Hoje enquanto olhava para as embalagens de Natal penduradas num escaparate de uma grande superfície, deu-me uma vontade incontrolável de chorar. A música começou a tornar-se subitamente irritante e o bulício das pessoas à minha volta um verdadeiro suplício. O H. chegou-se a mim e disse esta música está a chegar-me aos nervos! Concordei e debandámos rapidamente para as indispensáveis compras domésticas, razão única da curta visita ao local em questão a um Domingo.
O povo passeava de carrinhos ainda não muito cheios, a música continuava tilintando e a cada esquina esbarrávamos com pirâmides de caixas de chocolates e bombons. Não se observava grande alegria nos rostos dos transeuntes, mas no ar pairava a ainda comedida histeria desta ocasião festiva, as luzes e as cores, as novidades e os brinquedos. E enquanto os pobres domingueiros continuavam no seu périplo consumista, tive vontade de lhes gritar Estão a rir-se de quê, seus parvos? Não sabem que o meu pai MORREU? Não vêem como isto me dói? Como me comprime o coração, seus imbecis domingueiros? Não perceberam que este ano não há Natal?
Deixei a mágoa escorrer-me rosto abaixo no caminho de casa e contraditoriamente regozijei-me por sentir que, para os imbecis no seu périplo dominical, este Natal será um mais, com todos às suas mesas.
O povo passeava de carrinhos ainda não muito cheios, a música continuava tilintando e a cada esquina esbarrávamos com pirâmides de caixas de chocolates e bombons. Não se observava grande alegria nos rostos dos transeuntes, mas no ar pairava a ainda comedida histeria desta ocasião festiva, as luzes e as cores, as novidades e os brinquedos. E enquanto os pobres domingueiros continuavam no seu périplo consumista, tive vontade de lhes gritar Estão a rir-se de quê, seus parvos? Não sabem que o meu pai MORREU? Não vêem como isto me dói? Como me comprime o coração, seus imbecis domingueiros? Não perceberam que este ano não há Natal?
Deixei a mágoa escorrer-me rosto abaixo no caminho de casa e contraditoriamente regozijei-me por sentir que, para os imbecis no seu périplo dominical, este Natal será um mais, com todos às suas mesas.
Como é sabido, a mim o Natal deprime-me imensamente. No entanto, o teu post fez-me sentir bastante culpada por esta depressão que me acompanha desde que abandonei a infância mas para a qual não tenho explicação. A tua explicação é evidente, palpável, e mostrou-me a idiota que sou. Um abraço apertado, amiga.
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ResponderEliminarAquele abraço, Nono!!
ResponderEliminarSeja o Natal mais um, ou não havendo Natal, vais estar no meu pensamento e no meu coração.
ResponderEliminarBeijo muito grande.
Querida Ana, não queria de forma alguma fazer sentir-te culpada, nem a ti nem a ninguém, mas aproveita os teus natais sempre, mesmo da forma mais singela como era nossa, uma simples reunião de nós os quatro cheia de carinho e sem euforias disparatadas.
ResponderEliminarObrigada, amigas. Mil beijocas a todas
Os teus posts são lições de vida... Este ano é o meu primeiro fora de casa e não consegui ser altruísta o suficiente para dizer ao Z.: "Passamo-lo com os teus pais". Ia-me faltar o meu, sobretudo ele. E a sua alegria inesgotável, mesmo quando as coisas estão más e feias e doem. Por isso vamos jantar cada um para seu lado, abdicando de nós para podermos estar com eles.
ResponderEliminarObrigada, Leonor, por me fazeres perceber que foi a decisão certa. *