O meu pai gostava da Lolita. Na verdade achava-lhe imensa piada.
Certo Sábado de manhã, a minha mãe ligou-me Ai, Nônô, está aqui uma gatinha tão bonita para oferecer, olha é assim... e lá me fez a descrição da bichana. Após vários desgostos com desaparecimentos de gatos machos, o Ernesto, o Fidel e o Chico, decidimos passar a ter gatas. Diz-se serem mais dóceis, mais caseiras, mais meiguinhas e que não têm um território tão grande como os machos. Portanto, estava decidido que o próximo felino, também para nos fazer esquecer o desgosto do nosso Chico Larico, um gato preto, ter apanhado boleia na carrinha azul do senhor H., numa sexta-feira 13, mesmo aqui à porta de casa e não mais ter dado às caras, seria uma bichana e visto que aquela gatinha pequenina literalmente se atirou para os braços da minha mãe, foi sem mais carinhosamente adoptada. Era mínima quando a minha mãe a passou para os meus braços, parecia uma ratita e assim que a coloquei no colo brindou-me com um ronronar sentido e feliz.
Com o passar dos dias a Lolita, assim baptizada em honra do Nabokov, da personagem e também por as fêmeas serem muito precoces na sua maturidade, revelou-se uma verdadeira pestinha, mordia-nos, arranhava aqui e ali, embora a espaços fosse dedicada e ronronante. O meu pai delirava com esta história e sempre que cá vinha sorrindo, dizia, irónico Com que então uma gatinha para ser mais dócil, mais meiguinha…Olha para ela... e amiga Lolita pinchando por cima dos sofás ou dando uma trinca a alguém. O meu pai gostava da rebeldia da amiga Lolita, que me parece até que lhe saltava para o colo quando íamos de férias, e, acima de tudo, achava muita piada à ponta do rabo da bichana, mais clara que o resto do corpo, assemelhando-se a uma luzita permanentemente acesa.
Um destes dias o H. recebeu uma carta. Vinha do veterinário e quando a abrimos encontrámos isto:
Sempre acreditei que os veterinários conseguem ser mais atenciosos do que os médicos, pelo menos, cá por casa ainda ninguém recebeu as boas festas do clínico e pondero sinceramente mudar o meu. Tenho a certeza que o meu pai iria achar um piadão aos desejos natalícios endereçados à felina e concluir que às vezes mais vale ser bicho mesmo.
Certo Sábado de manhã, a minha mãe ligou-me Ai, Nônô, está aqui uma gatinha tão bonita para oferecer, olha é assim... e lá me fez a descrição da bichana. Após vários desgostos com desaparecimentos de gatos machos, o Ernesto, o Fidel e o Chico, decidimos passar a ter gatas. Diz-se serem mais dóceis, mais caseiras, mais meiguinhas e que não têm um território tão grande como os machos. Portanto, estava decidido que o próximo felino, também para nos fazer esquecer o desgosto do nosso Chico Larico, um gato preto, ter apanhado boleia na carrinha azul do senhor H., numa sexta-feira 13, mesmo aqui à porta de casa e não mais ter dado às caras, seria uma bichana e visto que aquela gatinha pequenina literalmente se atirou para os braços da minha mãe, foi sem mais carinhosamente adoptada. Era mínima quando a minha mãe a passou para os meus braços, parecia uma ratita e assim que a coloquei no colo brindou-me com um ronronar sentido e feliz.
Com o passar dos dias a Lolita, assim baptizada em honra do Nabokov, da personagem e também por as fêmeas serem muito precoces na sua maturidade, revelou-se uma verdadeira pestinha, mordia-nos, arranhava aqui e ali, embora a espaços fosse dedicada e ronronante. O meu pai delirava com esta história e sempre que cá vinha sorrindo, dizia, irónico Com que então uma gatinha para ser mais dócil, mais meiguinha…Olha para ela... e amiga Lolita pinchando por cima dos sofás ou dando uma trinca a alguém. O meu pai gostava da rebeldia da amiga Lolita, que me parece até que lhe saltava para o colo quando íamos de férias, e, acima de tudo, achava muita piada à ponta do rabo da bichana, mais clara que o resto do corpo, assemelhando-se a uma luzita permanentemente acesa.
Um destes dias o H. recebeu uma carta. Vinha do veterinário e quando a abrimos encontrámos isto:
Eu também quis uma gatinha pelas histórias que são mais meiguinhas e tal... a Matilde também é uma peste :o)
ResponderEliminarE adorei o cartão de Boas Festas!
Achámos um piadão ao cartão. Este veterinário é muito atencioso. Manda-nos também um postal a avisar a data de vacinação e a menina Lolita porta-se tão bem quando lá vai que leva sempre uns elogios rasgados. Até me custa a acreditar que é a mesma bichana.
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