Desde sexta-feira passada que ando a tentar reconciliar-me com o Natal. De repente, dei comigo a cogitar que de nada me adiantará continuar resistente e infeliz, pois nada, rigorosamente nada me trará o meu querido pai de volta e mesmo sabendo que não o teremos connosco nessa noite, algo absolutamente impensável há uns meros quatro meses e completamente novo na minha existência, de nada me adiantará fazer-me corcovar pela dor da sua ausência, latir pela ferida da saudade que tenho em mim e de tanto me lembrar dele, esquecer-me que a meu lado tenho o H. e a minha querida mãe, merecedores de igual afecto e dedicação.
Haverá fritas, portanto, sonhos e rabanadas, com toda a certeza, Árvore de Natal, pois claro, e entre o brilho das luzinhas bago-de-arroz existirá de forma indelével o cintilar da memória de quem partiu e as lágrimas tímidas e tremeluzentes de quem cá ficou.
Haverá fritas, portanto, sonhos e rabanadas, com toda a certeza, Árvore de Natal, pois claro, e entre o brilho das luzinhas bago-de-arroz existirá de forma indelével o cintilar da memória de quem partiu e as lágrimas tímidas e tremeluzentes de quem cá ficou.
É esse o espírito: recordar, mas continuar com a nossa vida em frente. A memória do teu pai estará sempre contigo e tenho a certeza que ele ficaria triste se soubesse que não havia árvore de Natal por causa dele.
ResponderEliminarÉ assim que o teu pai haveria de querer...
ResponderEliminarBjo grande!
Sabe que também fico assim, a pensar que ele provavelmente gostaria de nos ver juntos, a rir e trocar presentes. Mas, por outro lado, sinto ausência dele, um vazio. Parece um pouco falso comportar-me de forma diversa. Não sei se consigo ser clara, mas tem horas em que não consigo pensar em Natal e simplesmente não cair no choro.
ResponderEliminarCompreendo perfeitamente, gláucia, acho que nos devemos comportar da forma que sentimos e sermos sempre leais a nós próprios. Por outro lado, tento contrariar o lado mais obscuro da minha alma que é muito triste, inconsolável, sombrio e até desesperado.
ResponderEliminarTambém quero tentar. Incluso porque tenho uma filha pequena, e a vida deve seguir adiante. Faço o possível para, escrevendo, me libertar da dor, e transformar a ausência física em presença silenciosa e branca...
ResponderEliminarUm abraço,