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segunda-feira, 2 de janeiro de 2006
Efemérides
Maldito hábito, esse que me reside no existir de fixar datas, datas, datas sem fim, datas disto, datas daquilo e não conseguir passear-me por elas incólume e leviana apenas como uma brisa afaga os canaviais que vejo da janela que, uma vez ondulados pela aragem, regressam ao que antes eram, sem mácula nem lágrima e os melros retornam também indiferentes, esvoaçando indeléveis de cana em cana. E assim será, portanto, que sempre que o calendário marcar o segundo dia de um qualquer mês, mais uma vez recordarei aquela tarde soalheira de Setembro em que tudo ficou como agora está, doloroso e sombrio, hoje igual a ontem, ontem igual a anteontem, Janeiro igual a Dezembro, Dezembro igual a Novembro, Novembro igual a Outubro, Outubro igual a Setembro.
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Força, amiga. E, repara: ninguém mais do que o teu pai ia detestar ver a sua menina linda assim, tão triste. Tens de recuperar o teu sorriso. Também por ele, pelo teu pai, que certamente só te quer ver e ter feliz...
ResponderEliminarObrigada, Belém. Amanhã há-de ser outro dia...
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