O ano passado não passou,
continua incessantemente.
Em vão marco novos encontros.
Todos são encontros passados.
As ruas, sempre do ano passado,
e as pessoas, também as mesmas,
com iguais gestos e falas.
O céu tem exatamente
sabidos tons de amanhecer,
de sol pleno, de descambar
como no repetidíssimo ano passado.
Embora sepultos, os mortos do ano passado
sepultam-se todos os dias.
Escuto os medos, conto as libélulas,
mastigo o pão do ano passado.
E será sempre assim daqui por diante.
Não consigo evacuar
o ano passado.
Carlos Drummond de Andrade
Feliz Ano Novo!
ResponderEliminarAndei por aqui esta noite, e não pude evitar as lagrimas.
Um abraço grande.
Um óptimo ano para ti também! Quando no teu blogue, julgo que a 16 de Agosto li acerca do teu pai, tive um pressentimento estranho e uma enorme vontade de chorar... Um beijinho muito grande.
ResponderEliminarE eu mando o primeiro (de muitos) beijos de 2006 para as 2...
ResponderEliminarhttp://palavrasdosoutros.blogspot.com/2005/12/30-de-dezembro-ltimo-post-do-ano.html
ResponderEliminar:-)
Bom ano cara vizinha Mafrense! Que 2006 seja um excelente ano!
ResponderEliminarObrigada, para ti também, apesar do frio por estas bandas ;-)
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