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sábado, 18 de fevereiro de 2006
Trilhos
Eu falo muito do meu pai, infinitamente menos do que o tempo que lhe devoto em mim, a minha mãe fala muito do meu pai, infinitamente menos do que o tempo que lhe devota em si, o H. fala menos do meu pai do que nós as duas. Perpetua com enorme carinho a sua presença/ausência, não obstante. Hoje fomos ambos ao supermercado, escolhemos ambos um vinho tinto para celebrar o fim da semana e ao jantar, enquanto saboreavámos pela primeira vez o néctar, o H. disse singelamente o teu pai ia gostar deste vinho, concordei e acrescentei quanto mais não fosse por ser do Dão... e no ar pairou a homenagem sentida e discreta de quem lhe acompanhou o último viver, de quem lhe foi filho mesmo sem sangue ou genética. Os trilhos do amor dispensam a ciência.
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Tchim-tchim!
ResponderEliminarTchim-tchim!!!!!
ResponderEliminar:))
Eu tenho certeza que os trilhos do amor dispensam a ciência. O Rogério, meu marido, foi o filho homem do meu pai. O filho eleito, escolhido. E, portanto, muito amado.
ResponderEliminarE beijinhos também ao H.!!
ResponderEliminarNo dia do meu casamento meu pai disse, no tradicional discurso, aos brindes:"Hoje ganhei um filho".E esse filho sempre o teve como pai, até ao fim.
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