E hoje que seis meses passam, continuo a achar que te vou encontrar no sofá, ainda hesito quando pergunto à mamã como está, o plural ameaça-me quase diariamente, continuo a pensar que vais surgir de um qualquer canto, que foste ali à loja e já voltas, continuo a ter o impulso de perguntar E o Papá? quando chego a casa, continuo a lembrar-me de ti ao cheiro da carne seca a espraiar-se pelo corredor e o coração parece ter um garrote que me tolda o falar, o pensar. O sentir oscila-me na presença da tua ausência. Hoje que passam seis meses continuamos unidos a perpetuar a tua memória, a celebrar quase diariamente a tua passagem pela vida e a lutar com a mágoa que nos puxa pelos pés e nos rouba a luz e a tentar andar, devagar, para quem sabe um dia sorrir.
E é o que ele quer. Que vocês voltem a sorrir.
ResponderEliminarBeijos grandes, L.
Sabes, dois anos e meio depois, às vezes ainda me passa pela cabeça, em fracções de segundo, o "tenho de ligar ao meu pai" ou "tenho-lhe de dizer que"...e instantes depois parece que volto à Terra.
ResponderEliminarContinuo a achar que, à medida que o tempo passa, a saudade aumenta.
acho que a Fantasma tem toda a razao L.
ResponderEliminarAs vezes eu sinto vontade de dormir pra encontrar com ele. No sonho é tão perto. E posso abraçá-lo. E sinto o cheiro também, do pescoço. E posso ouvir quando me chama de 'gorda do pai'. Acordar, depois, é que é muito ruim...
ResponderEliminarBeijos para a L. e para todas.
ResponderEliminarObrigada pelas vossas palavras. Eu cooncordo com a T. e a Gláucia. À medida que o tempo passa vaõ-se esquecendo os momentos maus que levaram o meu pai à morte e regressam as mémórias um pouco mais antigas do tempo em que ele estava bem. O luto é uma coisa muito complicada e a saudade é horrível. Beijos grandes
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