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terça-feira, 11 de abril de 2006

Dispersos II

Nos momentos em que o optimismo que me vai empurrando por trás anda! Vá! Que fazes aí parada? se perde na multidão ou se detém no caminho, entretido com uma qualquer outra coisa, é como se, de repente, me fugisse o amparo e, numa fracção de instantes, perdesse o equilíbrio para o recuperar de novo no corpo flutuante que nem um caniço à mercê do vento forte.
Quando o optimismo se me despede por instantes ou dias Já volto, sim? Vou só ali fazer uma coisa… regressa-me uma saudade pesada, o pessimismo de um Inverno infindável, um turbilhão de interrogações sem resposta, a ausência de um sentido para o próprio existir. Quando o optimismo diz vou só ali ao café cambaleio um pouco, o corpo inclina-se-me para trás e até retomar o fôlego e a firmeza nos dois pés bem assentes na terra, invade-me a revolta imensa pela partida tão antecipada do meu querido pai, um inconformismo pelas ausências sucessivas que coleccionei.

3 comentários:

  1. Querida L.,
    Um grande beijo e um abraco apertado, para te ajudar a equilibrar sempre que o teu optimismo insiste em deixar-te so!

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  2. Sei bem do que falas. E a gente sabe que vai ter que continuar, tocar a vida adiante, mesmo que as forças pareçam faltar, mesmo que dê vontade de não sair do quarto... Mas a Primavera do lado de fora há de ajudar a amainar o Inverno do lado de dentro, e o otimismo há de dar voltas curtas e retornar para sua dona rapidamente!

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  3. Obrigada pelas vossas palavras. Felizmente agora vai tudo melhor e o optimismo não me tem fugido muito, mas é difícil e às vezes fico até surpreendida de ter conseguido chegar até aqui sem danos maiores, não descurar a minha profissão e não moer os outros até à náusea com a minha dor.

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