Quando a Filipa me deu o braço e caminhámos as duas paulatinamente sobre a rua calcetada da Ericeira com o casario branco em pano de fundo e o mar revolto por trás, tive a sensação do conforto e carinho que julgo existir entre irmãs. Foi afagando a barriguita proeminente e partilhámos as duas as aventuras de ser mãe, eu por entreposta pessoa, por ela claro. O dia era branco e claro e a Ericeira em época baixa contém as mais belas manhãs que conheço. O casario do centro, o mar quase sempre descontente e gélido e a bruma que nos ameaça a qualquer instante. Os locais para serem belos não precisam de coqueiros e palmeiras, podem sempre sê-lo se a nossa alma assim o quiser. Com a Filipa partilho algo que julgo nunca antes ter dito, o facto de ela com a sua tranquilidade ter ousado usar um véu vermelho no dia do casamento. Não a conhecia então mas gostei da sua determinação e confiança, aparentemente em discordância com o ar tão cândido e doce. Partilho com o Gonçalo e a Fafaia toda a minha vida apesar da inexistência de laços de sangue. Para que são necessários afinal, se o amor é grande e pleno? Estiveram comigo e eu com eles. Os nossos pais sempre juntos. O meu querido pai gostava muito de ambos, admirava a sua simplicidade e bom humor, o seu despretenciosismo e genuinidade. Nesse mesmo dia na Ericeira, e durante o almoço, avisei que assim que a bebé nascesse, com quem partilharei o nome para minha indizível felicidade, iria vê-los ao hospital. A Filipa e o Gonçalo assentiram, a Filipa acrescentou acho muito bem que vás… deixando uma pontinha de suspense no ar. Deram-me pois a notícia que eu seria a madrinha do seu rebentinho e eu, como nunca antes, fiquei comovida pela confiança e amor depositados em tal decisão, assustada contudo com a responsabilidade.
Hoje a Nonô nasceu. Seria pelo fim da tarde, início da noite. Estou feliz. Pela Graciete e pelo Carlos. Pela Filipa e pelo Gonçalo. Por ti, minha querida afilhada, que amo desde a barriguinha da tua mãe, a quem espero honrar sempre pelo legado de amor de ambos os teus papás.
Hoje a Nonô nasceu. Seria pelo fim da tarde, início da noite. Estou feliz. Pela Graciete e pelo Carlos. Pela Filipa e pelo Gonçalo. Por ti, minha querida afilhada, que amo desde a barriguinha da tua mãe, a quem espero honrar sempre pelo legado de amor de ambos os teus papás.
:')
ResponderEliminarE é tão linda a minha princesinha!!! Estou tão babada :)))
ResponderEliminarJá vi a foto. É lindinha sim :)
ResponderEliminarOutra Nônô! A continuidade só pode ser boa! Parabéns a todos a quem a vinda ao mundo dessa Nônô pequenina faz mais felizes.
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