Há dias que ando com este texto na cabeça. Na verdade, uma fotografia e um dizer de felicitações pelo aniversário parece-me muito pouco para homenagear a minha querida mãe.
Todos sabemos que as nossas serão sempre as melhores mães do mundo e, portanto, essa grande verdade e, ao mesmo tempo, esse lugar-comum, situa-se aquém daquela que me deu a vida e que me tem sido o alicerce afectivo e emocional da existência.
A minha mãe completa hoje setenta anos. A tecnologia para ela não tem segredos. Deambula pela net sem destino, tem mail, mais do que um inclusive, a partir de hoje máquina fotográfica digital, não vive sem o seu computador e três telemóveis: um antigo, um mais moderno e o do meu pai. Às vezes perguntam-me e agora que a tua mãe está reformada, como é que ela ocupa o tempo? Muito bem respondo. Interesses não lhe faltam: cinema, teatro, livros. E, claro, viagens. Continua a ir à escola, faz placards sobre escritores e poetas que, regra geral, se encontram à porta do Centro de Recursos com o seu nome. Lê, investiga, procura. De vez em quando comenta comigo Mas como é que se vive sem computador nem net nos dias que correm!? Ela e o Hélder partilham uma teimosia persistente com o computador. Não há máquina que os vença. Minutos, horas, se preciso for, ali estão teimando com o dito, resistindo e persistindo até que ele ceda finalmente aos seus desejos. Obviamente que me excluo destas lutas, sem, no entanto, ouvir que a minha mãe é muito à frente, mais do que eu, entenda-se.
Sempre partilhei a minha mãe com outros que, não sendo seus filhos, sempre encontraram nela uma mãe de coração. O Hélder foi o último a ser adoptado. É um protector incorrigível da minha, nossa, querida mãe. Engoli parte das lágrimas perante a partida iminente do meu pai, a seu pedido, de resto, como ele próprio terá feito, mesmo sem nunca o dizer. Nessa mesma altura e à medida a que os amigos ligavam consternados, muitos chorando também, ele dizia mas não pode ser, não pode ser a tua mãe a consolar os outros! Ela sempre em primeiro lugar. Estou certa que este lugar cimeiro foi conquistado pela linguagem dos afectos, do amor e não pelas obrigações familiares decorrentes da nossa união conjugal.
A minha mãe tem sempre disponibilidade para os outros, a minha mãe sempre teve ouvidos para os colegas, a minha mãe jamais fechará as portas de sua casa aos amigos, aos amigos dos amigos, pouco interessa se não são oportunos, se estará cansada ou terá algo para fazer.
A minha mãe iluminou a vida de muitos alunos que lhe passaram pelas mãos, mesmo com o epíteto de Luísa Berros, iluminou a vida do meu pai e ilumina assim desta forma singela e única as nossas vidas.
foto: 16/09/2001
Todos sabemos que as nossas serão sempre as melhores mães do mundo e, portanto, essa grande verdade e, ao mesmo tempo, esse lugar-comum, situa-se aquém daquela que me deu a vida e que me tem sido o alicerce afectivo e emocional da existência.
A minha mãe completa hoje setenta anos. A tecnologia para ela não tem segredos. Deambula pela net sem destino, tem mail, mais do que um inclusive, a partir de hoje máquina fotográfica digital, não vive sem o seu computador e três telemóveis: um antigo, um mais moderno e o do meu pai. Às vezes perguntam-me e agora que a tua mãe está reformada, como é que ela ocupa o tempo? Muito bem respondo. Interesses não lhe faltam: cinema, teatro, livros. E, claro, viagens. Continua a ir à escola, faz placards sobre escritores e poetas que, regra geral, se encontram à porta do Centro de Recursos com o seu nome. Lê, investiga, procura. De vez em quando comenta comigo Mas como é que se vive sem computador nem net nos dias que correm!? Ela e o Hélder partilham uma teimosia persistente com o computador. Não há máquina que os vença. Minutos, horas, se preciso for, ali estão teimando com o dito, resistindo e persistindo até que ele ceda finalmente aos seus desejos. Obviamente que me excluo destas lutas, sem, no entanto, ouvir que a minha mãe é muito à frente, mais do que eu, entenda-se.
Sempre partilhei a minha mãe com outros que, não sendo seus filhos, sempre encontraram nela uma mãe de coração. O Hélder foi o último a ser adoptado. É um protector incorrigível da minha, nossa, querida mãe. Engoli parte das lágrimas perante a partida iminente do meu pai, a seu pedido, de resto, como ele próprio terá feito, mesmo sem nunca o dizer. Nessa mesma altura e à medida a que os amigos ligavam consternados, muitos chorando também, ele dizia mas não pode ser, não pode ser a tua mãe a consolar os outros! Ela sempre em primeiro lugar. Estou certa que este lugar cimeiro foi conquistado pela linguagem dos afectos, do amor e não pelas obrigações familiares decorrentes da nossa união conjugal.
A minha mãe tem sempre disponibilidade para os outros, a minha mãe sempre teve ouvidos para os colegas, a minha mãe jamais fechará as portas de sua casa aos amigos, aos amigos dos amigos, pouco interessa se não são oportunos, se estará cansada ou terá algo para fazer.
A minha mãe iluminou a vida de muitos alunos que lhe passaram pelas mãos, mesmo com o epíteto de Luísa Berros, iluminou a vida do meu pai e ilumina assim desta forma singela e única as nossas vidas.
foto: 16/09/2001
Parabéns à tua linda, linda mãe que tem um sorriso que ilumina tudo! *
ResponderEliminarObrigada :))
ResponderEliminarUm feliz aniversário para tua querida mãe. E que se repita ainda muitas vezes, pra alegria de todos nós que frequentamos esse agradável recanto virtual, testemunhando sempre que boa mãe soube ser Dona Luísa.
ResponderEliminarQue linda mãe. Tens mta sorte, querida L. E ela também, por te ter a ti, e por saberes exprimir tão bem o amor que sentes por ela!
ResponderEliminarFiquei muito emocionada a ler este post.
ResponderEliminarA descriçaõ da tua mãe fez-me lembrar a minha que já não tenho.
Costumávamos dizer que ela era a mãe universal.
Parabéns à tua mãe. Que ela mantenha sempre essa alegria de viver.
ResponderEliminarMuito obrigada :)
ResponderEliminarParabens a tua mae, sao tardios mas sinceros
ResponderEliminar:-)
Luisinha! Que ar feliz tem, aí "espremida" entre os seus filhos!De vez em quando passo aqui para a ver.E mando-lhe um beijo por esta via.
ResponderEliminarMilucha