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segunda-feira, 22 de maio de 2006

A minha Mãe

Há dias que ando com este texto na cabeça. Na verdade, uma fotografia e um dizer de felicitações pelo aniversário parece-me muito pouco para homenagear a minha querida mãe.
Todos sabemos que as nossas serão sempre as melhores mães do mundo e, portanto, essa grande verdade e, ao mesmo tempo, esse lugar-comum, situa-se aquém daquela que me deu a vida e que me tem sido o alicerce afectivo e emocional da existência.
A minha mãe completa hoje setenta anos. A tecnologia para ela não tem segredos. Deambula pela net sem destino, tem mail, mais do que um inclusive, a partir de hoje máquina fotográfica digital, não vive sem o seu computador e três telemóveis: um antigo, um mais moderno e o do meu pai. Às vezes perguntam-me e agora que a tua mãe está reformada, como é que ela ocupa o tempo? Muito bem respondo. Interesses não lhe faltam: cinema, teatro, livros. E, claro, viagens. Continua a ir à escola, faz placards sobre escritores e poetas que, regra geral, se encontram à porta do Centro de Recursos com o seu nome. Lê, investiga, procura. De vez em quando comenta comigo Mas como é que se vive sem computador nem net nos dias que correm!? Ela e o Hélder partilham uma teimosia persistente com o computador. Não há máquina que os vença. Minutos, horas, se preciso for, ali estão teimando com o dito, resistindo e persistindo até que ele ceda finalmente aos seus desejos. Obviamente que me excluo destas lutas, sem, no entanto, ouvir que a minha mãe é muito à frente, mais do que eu, entenda-se.
Sempre partilhei a minha mãe com outros que, não sendo seus filhos, sempre encontraram nela uma mãe de coração. O Hélder foi o último a ser adoptado. É um protector incorrigível da minha, nossa, querida mãe. Engoli parte das lágrimas perante a partida iminente do meu pai, a seu pedido, de resto, como ele próprio terá feito, mesmo sem nunca o dizer. Nessa mesma altura e à medida a que os amigos ligavam consternados, muitos chorando também, ele dizia mas não pode ser, não pode ser a tua mãe a consolar os outros! Ela sempre em primeiro lugar. Estou certa que este lugar cimeiro foi conquistado pela linguagem dos afectos, do amor e não pelas obrigações familiares decorrentes da nossa união conjugal.
A minha mãe tem sempre disponibilidade para os outros, a minha mãe sempre teve ouvidos para os colegas, a minha mãe jamais fechará as portas de sua casa aos amigos, aos amigos dos amigos, pouco interessa se não são oportunos, se estará cansada ou terá algo para fazer.
A minha mãe iluminou a vida de muitos alunos que lhe passaram pelas mãos, mesmo com o epíteto de Luísa Berros, iluminou a vida do meu pai e ilumina assim desta forma singela e única as nossas vidas.

foto: 16/09/2001

9 comentários:

  1. Parabéns à tua linda, linda mãe que tem um sorriso que ilumina tudo! *

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  2. Um feliz aniversário para tua querida mãe. E que se repita ainda muitas vezes, pra alegria de todos nós que frequentamos esse agradável recanto virtual, testemunhando sempre que boa mãe soube ser Dona Luísa.

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  3. Que linda mãe. Tens mta sorte, querida L. E ela também, por te ter a ti, e por saberes exprimir tão bem o amor que sentes por ela!

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  4. Fiquei muito emocionada a ler este post.
    A descriçaõ da tua mãe fez-me lembrar a minha que já não tenho.
    Costumávamos dizer que ela era a mãe universal.

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  5. Parabéns à tua mãe. Que ela mantenha sempre essa alegria de viver.

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  6. Parabens a tua mae, sao tardios mas sinceros
    :-)

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  7. Luisinha! Que ar feliz tem, aí "espremida" entre os seus filhos!De vez em quando passo aqui para a ver.E mando-lhe um beijo por esta via.
    Milucha

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