Isto de se nascer filho único nada tem a ver com ser filho único. Assim foi comigo. Primeiro os primos, depois os alunos, depois os amigos, os amigos dos amigos, os amigos dos alunos, o filho que acompanhou o meu pai até ao fim e que é o guardião dedicado da minha mãe e a atenção e o carinho dos meus pais sempre repartidos generosamente por todos. E como se todos estes fossem ainda insuficientes, juntou-se, de há cerca doze anos a esta parte, o meu mano gato, com nome de inspiração real – obrigada, D. Duarte.
O meu mano gato é como todos os gatos: voluntarioso, teimoso, obstinado, impassível e inabalável na sua vontade. Disputou com o meu pai o sofá durante um tempo. Fitava-o enquanto ele lá estava, paulatino entre os livros e uma sonequita que apelidava de reflexão, e acompanhou-o até ao fim dos seus dias, sempre em casa. O meu mano gato tem uma predilecção pela minha mãe. Se ela se ausenta de casa, o gato mia aflito de boca aberta e com um miado agudo até ela voltar, caso ela se levante para ir à cozinha, o gato segue-a fielmente, às vezes ultrapassando-a na porta e, nos últimos tempos, é o mais fiel e devotado admirador da minha mãe. Põe-se à frente dela enquanto vê televisão, com olhinhos doces e atentos, e, ultimamente, exige sentar-se ao lado dela na cadeira do computador, enquanto ela está tranquilamente no sofá. O gato fica inquieto se assim não é e, quando hoje me sentei no sofá, o gato pisgou-se de imediato para ficar mais perto da minha mãe, olhando-a embevecido mas vigilante enquanto ela jantava, e é por isso que desconfio que o meu querido pai lhe sussurra a espaços, na calada da noite talvez, quando não se sabe, Duarte, toma conta da nossa donita! E o Duarte assim faz, que olhos daqueles e tanta dedicação só podem vir de um coração transbordante.
O meu mano gato é como todos os gatos: voluntarioso, teimoso, obstinado, impassível e inabalável na sua vontade. Disputou com o meu pai o sofá durante um tempo. Fitava-o enquanto ele lá estava, paulatino entre os livros e uma sonequita que apelidava de reflexão, e acompanhou-o até ao fim dos seus dias, sempre em casa. O meu mano gato tem uma predilecção pela minha mãe. Se ela se ausenta de casa, o gato mia aflito de boca aberta e com um miado agudo até ela voltar, caso ela se levante para ir à cozinha, o gato segue-a fielmente, às vezes ultrapassando-a na porta e, nos últimos tempos, é o mais fiel e devotado admirador da minha mãe. Põe-se à frente dela enquanto vê televisão, com olhinhos doces e atentos, e, ultimamente, exige sentar-se ao lado dela na cadeira do computador, enquanto ela está tranquilamente no sofá. O gato fica inquieto se assim não é e, quando hoje me sentei no sofá, o gato pisgou-se de imediato para ficar mais perto da minha mãe, olhando-a embevecido mas vigilante enquanto ela jantava, e é por isso que desconfio que o meu querido pai lhe sussurra a espaços, na calada da noite talvez, quando não se sabe, Duarte, toma conta da nossa donita! E o Duarte assim faz, que olhos daqueles e tanta dedicação só podem vir de um coração transbordante.
foto: minha
Lindo, lindo, lindo!! Nem sei que mais diga! :)
ResponderEliminarNota de Rodapé: Este D. Duarte é mais Real que muitos "nobres" que andam por aí espalhados por este mundo... até quando faz birra mantém um charme de fazer inveja, é portador de um sistema elevatório de última geração (leia-se nós) porque saltar faz mal a gatos séniores, e consegue mostrar-nos a criança que há em nós... mia, rebola, pede festas e acima de tudo olha para nós como se tivesse visão raio X... um Luís XIV, versão felina portanto. :=)
ResponderEliminarResta dizer que este "ser real" guarda o melhor de três mundos: o dele, o da teimosita e o de alguém que continua aqui e sempre a deixar saudades... um verdadeiro guardião de um segredo único e sobretudo animal, o de levar felicidade aos outros sem pedir - quase - nada em troca... tirando o ah e tal não gosto da comida, coça-me a orelha, abre-me a porta, levanta-te que esse lugar é meu e afins ;)
ResponderEliminarA prova que o meu maninho é especial é a tua presença aqui ;-)
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