E a memória, esta mesma que me empurra para o presente, a mesma que me ajuda a reviver episódios tão remotos como a procissão dos farricocos em Braga, três anos teria então, ou a ida do homem à lua. A memória através da qual escrevo, a mão que desenha as letras encaminhadas pela reminiscência do que foi. E é essa mesma memória que hoje me cutuca no ombro e me faz reviver o momento último em que vi o meu pai, atraiçoado pela doença, refém de um corpo que o traiu, prisioneiro da vida naquela cama de hospital. Dois anos. Dois anos passam e a memória, tu ali, o teu olhar em mim e eu impotente e traidora de ti que não te pude libertar, e eu com o corpo tolhido pela dor sem nome, sem palavras, sem explicação, metáforas que me valham, caso defini-la fosse possível. Dois anos e eu a sair por aquela porta. Dois anos e nunca mais te ver.
[Papalagui]
ResponderEliminar{Leonor}
ResponderEliminarQue dizer? Beijos grandes!
ResponderEliminar{{{Leonor}}}
No meu caso tudo isto se passou há 20 anos, Leonor. Mas é como se tivesse sido há 2, ou ontem mesmo.
ResponderEliminarUm grande beijo
Ana
Obrigada a todas pelo carinho. Têm sido uma parte fundamental na ausência do meu pai, nunca terei palavras para vos agradecer.
ResponderEliminarBeijos enormes
Um abraço.
ResponderEliminarMuito carinho e um ombro para poisar a cabeça sempre que necessário.
ResponderEliminar(((papalagui)))
ResponderEliminarbj, Pequete (Ana)