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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

No silêncio

Jede Sprache hat ihr eigenes Schweigen.
Elias Canetti

O silêncio é a língua que melhor falo. Sem declinações, casos, tempos verbais, conjugações ou gramáticas espartanas. Não tem vírgulas, hífens ou apóstrofes. No silêncio não há recriminações, desconhecem-se acusações, ignoram-se lamentos. No silêncio as lágrimas correm silenciosas e mudas, não se calam à primeira ordem. No silêncio não há tons de voz estridentes ou palavras desconjuntadas, articuladas em amálgama com as lágrimas. Apenas no silêncio digo exactamente o que quero dizer.

3 comentários:

  1. Absolutamente de acordo, mas convicto de que as palavras e os sentimentos que fluem no silêncio são corrosivos, enquanto as gritadas ao vento, de algum modo, libertam. Mas - que fazer? - também eu as calo para me expressar plenamente.

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  2. Concordo em absoluto, o silêncio é corrosivo e dói mais que algumas palavras.

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