A escrita é como uma árvore. Deve ser podada para que cresça mais forte, aspergida com as experiências vividas para que desponte mais viçosa. Foi isso que fiz à minha escrita. Deixei-a crescer desencabrestada, uns adjectivos fora do sítio, alguns em exagerado número, como os ramos da árvore há que deixar crescer primeiro, outros em desalinho, uns verbos de concordância débil, como as árvores de folhas encarquilhadas na Primavera, pronomes em exagero a exigir um corte urgente, vírgulas ausentes, quem sabe por falta de rega, exclamações desnecessárias decorrentes dos adjectivos abundantes. E, na altura da poda da escrita, desbastei-lhe os adjectivos, cortei-lhe as exclamações como excrescências nas pontas, aparei-lhe os verbos e acertei-lhe os pronomes e demonstrativos. Reguei-a de seguida com a parcimónia dos comedidos, quem sabe assim cresçam as vírgulas, e deixei que o orvalho que se não deixa escrever nestas linhas se ofereça sobre ela na quietude das noites de luar, diz-se que ajuda a que a plenitude floresça em cada palavra. Veremos então se cresce mais forte.
Eu diria mesmo que é como um bonsai: exige cuidados permanentes, muita técnica mas também muito amor, vigilância extrema e abrigo das intempéries. Assim, pode até ser uma árvore pequenina, mas tem tudo o que têm as grandes.
ResponderEliminarA tua, pelo menos, tem.
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ResponderEliminarObrigada, Ana :-)
ResponderEliminarE que mais dizer? :)
ResponderEliminarBJos
... é caso para dizer que és a melhor das jardineiras!
ResponderEliminarNão mereço tantos mimos, meninas. Obrigada :-)
ResponderEliminar:)
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