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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Verticalidade

O Primeiro-Ministro tem todo o direito de processar o "Sol" e o "Correio da Manhã" por terem publicado as escutas que se julgavam convenientemente apagadas e longe da cobiça dos voyeuristas que usam "buracos de fechadura" para fazer jornalismo, tem todo o direito de exigir que sejam feitas averiguações para que se descubra afinal como é que de mãos fiéis e leais as conversas ditas privadas se propagaram como uma peste contagiosa pela opinião pública, tem o direito de processar Mário Crespo por calúnias, injúrias, atentado ao seu bom-nome e falsos testemunhos, tem o direito de se defender, processar, exigir que se averigúe. Mas como Primeiro-Ministro tem o dever de esclarecer os cidadãos deste país sobre o plano salazarento, despótico e abjecto de silenciar a comunicação social, correr com os inconvenientes que ousam atentar contra a sua opinião. Negá-lo, por exemplo, desmenti-lo e tranquilizar-nos a todos, restituindo ao país a dignidade de que são feitas as sociedades democráticas. Ou admiti-lo e demitir-se. São assim os homens de carácter. Até agora, silêncio.


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