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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Os pobrezinhos

Primeiro foi  Pedro Passos Coelho a dizer que, coitaditas das filhas, iriam ficar sem presentes de Natal. Bem lhes podia ter feito um corte de cinco a dez por cento, consoante o  valor do presente do ano passado, mas não nada, há uma crise, recessão, recessão e crise lá fora a terem de ser sustentadas. O deputado pobrezinho, o miserável que queria ir às sopas da Assembleia da República, o tal que nem as ajudas de custo lhe valiam, isto para não falar no ordenado, também me fez pena, estive até para lhe levar uma sopinha, pobrezinho, ou um fatinho velho que ajudar os pobrezinhos é bom, limpa a alma e arreda os pecados. Há pouco, bem há pouquinho, e ainda estou debulhada em lágrimas e abalada pela miséria galopante destes que nos governam e aspirantes a governantes, foi o candidato, porque nos últimos tempos aquele que está acima de todos, deixou de ser Presidente para ser candidato e terá sido nessa condição que elucidou uma transeunte numa acção de campanha. Agarrado à sua risonha Maria, atirou à mulher atenta que a sua Maria, outra desvalida, tinha trabalhado a vida inteira e que recebia de reforma uns oitocentos euro e que tinha de ser ele a sustentá-la ou a ajudá-la, varreram-se-me as palavras com a tristeza e o coração apertado. Uma miséria. E ninguém dá a mão a estas pobres almas? Um peditório nacional? Uma campanha de recolha de bens?



Nada como confirmar aqui.

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