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terça-feira, 26 de abril de 2011

Passeios

Sentada no sofá a consciência cutuca-me no ombro. Realmente, penso. Subo ao quarto, visto uma t-shirt e calço os ténis, penduro as chaves de casa ao pescoço e abalanço-me porta afora, brindada de imediato com o perfume e a exuberância da glicínia que adorna a pérgola. Primavera generosa, esta que se pôs de rompante. E subo a rua e viro à direita, lançada pela morrinha de nada fazer a não ser mexer o corpo, esse que se me pôs e que nem sempre reconheço como meu. Vã esperança de o recuperar. Patética ilusão. Sol na cara como gosto e o campo todo que se vai deixando desvendar pela pletora de aromas que inspiro como perfume à medida que passo. Os limoeiros carregados e simultaneamente em flor libertam uma fragrância apaziguadora, acentuada pelo sol que me bate no rosto. Cães que ladram em fundo. Longe. E depois o cheiro do pinhal tão característico e marcante, a reminiscência dos piqueniques da infância. Inspiro. Expiro. Tão fácil afinal.

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