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sábado, 20 de agosto de 2011

A fé ou a falta dela

Aquela manhã de Abril em que se abriram as portas dos Museus do Vaticano foi neura, neura furiosa e irritada. Afastei-me para o Pátio e deixei-me acalmar de máquina fotográfica em punho esperando que se regressasse a tranquilidade que tanto desejo em férias ou fora delas. Nem uma palavra trocada, acredito que teria um semblante daqueles de afastar até os insectos indesejados e caso alguém me tivesse dirigido uma palavra teria irrompido em impropérios coléricos. E sei que isto é um lugar-comum, qualquer pessoa minimamente inteligente se revoltará contra a riqueza e exuberância de uma religião que advoga o despojamento físico, a pobreza como forma de atingir um outro estádio de qualquer coisa, e depois ostenta a riqueza que todos conhecemos. Contudo não consigo deixar de me indignar e por isso compreendo que as pessoas se manifestem em Espanha contra os gastos absurdos que a visita do Papa implica. Numa altura de tanta austeridade seria desejável que o dinheiro fosse empregue em outras coisas, não para dar vivas ao Papa. A este ou a outro qualquer. Mas isto sou eu que me comovo mais em frente à Noite Estrelada de Van Gogh do que sucumbo a ardores de fé em qualquer altar do mundo. Se a religião fosse um clube já teria entregue o cartão de sócia há muito. Algo me escapa nos fervores místícos de dar vivas a um padre.


3 comentários:

  1. ... então, tome lá uma antiguidade bonita
    http://www.youtube.com/watch?v=nkvLq0TYiwI

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  2. (...é que, do papa até o título é ridículo! Ou infantil...)

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  3. Tem razão. Raio de título. Já vou ver :)

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