Páginas

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A doce arte de dar cabo de tudo

Longe mas muito longe vão os tempos em que uma clicadela fora do sítio e eriçavam-se-me os ânimos, histérica e descontrolada perante um problema que não conseguia por meus meios resolver. Acontece às vezes. Gosto de ser eu a resolver os meus problemas e de saber que os posso resolver. Nem sempre posso e nem sempre os resolvo mas saber que os desígnios da minha vida repousam em mãos alheias não faz de mim uma mulher feliz e amarfanha-me esta mania da independência. Hoje pela tarde resolvi coisa pouca relativamente ao posterior desenrolar da mesma. Decidido estava que teria de preparar as aulas de amanhã, tarefa para a qual o computador passou a ser imprescindível, e que além disso pouco mais faria. Um chá sem biscoitos que me auto impus uma dieta ascética, para quê ainda não sei muito bem, e o remanso de aproveitar as últimas horas de paz absoluta. Ora nesse meu afã e sem saber muito bem como fui dar comigo a ajustar contas com o meu passado profissional e a rasgar o miolo de dossiers em morte cerebral. Uns papéis puxam os outros. Um crescendo de fúria na senda do despojamento total. E foi assim que incautamente terei arremessado algum dossier ou molho de folhas inúteis para cima do comando da televisão que se travou de razões comigo e me ofereceu uma imagem azulada sem retorno. Umas clicadelas depois e nada de regressar à vida. Estava uma tarde de sol e não me importei. Havia mais que fazer e não tenho paciência para amuos. Ora acontece que um tempo depois, resolvi imprimir um documento necessário para a aula de amanhã. Por solidariedade ou amuo, a impressora fez-se de morta e quase se rebolou de barriga para o ar quando a mandei mais uma vez imprimir o dito e absolutamente necessário documento contra o insucesso escolar deste país, a fórmula mágica cravada a negro num pedaço de papel branco, já se sabe. Nada. Coisa nenhuma. Liga e desliga cabos. Zero. Nem um estertor. Depois de ter dado cabo da televisão e da impressora, achei por bem esperar quieta. Nada de descontrolo ou megalomanias de resolver tudo por mim só. O jeito que esta tarde me deu. E o que eu aprendi.

4 comentários:

  1. Resolveu-se! Uma presença masculina e umas voltas depois voltou tudo ao lugar. A mim é que não têm respeito nenhum :)

    ResponderEliminar
  2. Não é por mal, mas é impossível não rir :)
    (e as presenças masculinas tinham de servir para alguma coisa :P)

    ResponderEliminar
  3. :D Aqui em casa é infalível :)

    ResponderEliminar

Comments are welcome :-)