Chegar a casa à segunda-feira é
igual a chegar a casa aos outros dias. Chave na porta, os livros em equilíbrio
com a carteira e o pão. A porta abre-se e as gatas saem. Abandono os livros em
cima da mesa, a mesma onde como, corrijo testes e trabalhos, vagueio pelo
espaço cibernético. Uma mesa nunca é só uma mesa. Nunca nada é apenas e só o
seu significante. Dispo o casaco e subo ao quarto. Já o quarto é sempre o
quarto. Hoje é segunda-feira. Hoje cheguei a casa, as gatas saíram, subi ao
quarto, fiz a cama. E cheirou-me a lareira, a lenha queimada, ao aroma
matricial dos natais antigos na Beira Alta, quando ninguém faltava à mesa e os
dias eram um continuum de momentos quase felizes. Chegar a casa hoje não foi igual a chegar a
casa à segunda-feira. É bom chegar desde que se parta. Já fui.
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