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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Ricas vidas

Ando aqui com uns posts engasgados. Um sobre o Vik Muniz, outro sobre "A Dama de Ferro" que fui ver há pouco e outro ainda sobre O Retorno de Dulce Maria Cardoso. Tenho outros que me vão surgindo. Assuntos corriqueiros e menos instruídos. Os alunos, a escola, a cabeleireira cá da aldeia ou outros episódios de somenos importância, momentos díspares de que são feitas as vidas comuns e desinteressantes. Mantenho com os meus posts uma relação difícil e nem sempre os consigo agarrar e fixar a este espaço branco. Começo a achar que gostam de luz e cor, movimento talvez, e que isto de estarem aqui sentados à espera de serem lidos e comentados não é vida para eles. Alguns esgueiram-se-me e fogem-me furiosos não sem antes me bufarem como os gatos. Vi um um destes dias do lado da lá da rede, depois de se me ter largado da mão numa bela manhã de sol. Voava lesto com os melros e resguardou-se no canavial quando a ventania lhe limpou as metáforas. E outro que me fugiu quando o tinha no bolso e fui estender a roupa. Uma pequena distracção e foi-se. Ainda o tentei apanhar pelas vírgulas que tinham ficado para trás no afã da fuga mas a ponta encaracolada não dá jeito para agarrar e só me ficou um ponto final na mão. Aproveitei-o para concluir uma questiúncula que tinha pendente e deixei-o lá no território dos assuntos resolvidos. Hoje é sexta-feira à noite  e adormeceram-me com o crepitar da lareira. Que não, que ainda não é hoje, dizem-me, enquanto abrem um olho e se espreguiçam no sofá. Há posts com sorte. Muita sorte. Ricas vidas. 

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