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sexta-feira, 18 de maio de 2012

Vida de merda

O meu dia de quarta-feira começou às 8.30. Dei as aulas do costume, cheguei a casa e agarrei-me ao computador para preparar aulas, tive uma reunião na escola das sete às onze da noite e jantei às onze e meia uma bucha mal amanhada. Hoje, que foi ontem, levantei-me pela fresca, foi feriado aqui, e vá de parir os testes que os meu alunos vão fazer na segunda-feira. O dia inteiro. Pelo caminho a p%$a da formação a que o Ministério me obriga em e-learning, coisa à distância que é mais barato, exactamente agora na altura mais crítica de todo o ano. Ele é textos para ler e comentar, participação em fóruns a debitar banalidades sobre um tema que neste momento não me interessa. Lamento, GAVE e Ministério da Educação e o raio que vos parta a todos, mas não me interessa fazer uma acção de formação sobre avaliação formativa quando vou ser classificadora de exames. Nada a ver. E estou-me nas tintas para os créditos para progredir na carreira, porque estou no mesmo sítio desde 2004 e aqui vou apodrecer, por este andar, velha e amarga, exactamente ao contrário do que gostaria. Venho de lá agora, desta tal plataforma on-line, e, olhem, além das 400 palavras que vou ter de parir ainda tenho de ir lar largar umas larachas educativas, hoje e segunda-feira. Se isto não é uma vida de merda é uma merda de vida. O raio que os parta a todos.

4 comentários:

  1. :) As acções de formação são do melhor para acabar com a energia que nos resta. Só à conta da minha que ainda não acabou já escrevi dois posts. Estou-me a divertir horrores, como quem leu sabe. Enfim...

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    1. Deve ser a mesma que estou a fazer. Já lá vou ver, Fátima.

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  2. Não é, querida colega. Esta fez-me realizar trabalhos em grupo a que chamei detrabalhos forçados (coletivismo do pior, ao estilo marxista estalinista) e já me fez escrever dois posts (um sobre a ausência de olhares enquanto (não) se comunica e outra sobra a santa avaliação mãe do diabo). Ando farta. Andar a fingir que precisamos de coisas que não fazem falta, em cima de milhares de tarefas que já nos estafam... é o delírio. Vá, mais um esforço para aguentar a parte final do terceiro período. Beijinhos e obrigada pela visita, já vi (e concordo).

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    1. Já vi que não é a mesma, Fátima. Esta minha também são trabalhos forçados, não a escolhi e é imposição do GAVE. É do mais absurdo que se possa imaginar.
      Quanto ao resto, irritam-me as conversas moralistas da cobardia, como se os sobreviventes fossem os heróis. Dói-me sempre pensar que alguém não consegue ter a mínima réstia de esperança e que a vida se tornou um fardo insuportável. É fácil falar da cátedra do nosso bem-estar ;-)

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