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terça-feira, 26 de junho de 2012

Os exames nacionais ou uma questão de fôlego


Eram 9.00 horas, deu o toque final e centenas de alunos entraram para mais uma aventura no maravilhoso mundo dos exames nacionais. Estranho é como Isabel Alçada ainda não se inspirou nesta verdadeira epopeia a que nos sujeitam a todos com ares de distribuir competência e rigor.
Seriam umas 9.15 quando me trouxeram a prova de Alemão. Folheio-a, deito-lhe um olho, perscruto-a de várias perspectivas e começo a resolvê-la. Além do grau de dificuldade mais elevado que nos dois anos anteriores, e acrescento desde já que não viria daqui mal ao mundo, este ano tínhamos mais uma novidade: só um verdadeiro Zatopek conseguiria fazer todas as tarefas obrigatórias com calma e tempo para reflectir, um maratonista cheio de fôlego, um Schuhmacher a lutar pela pole position. Zatopeks não temos, Schumachers idem e até o Carlos Lopes já pendurou as sapatilhas há muito tempo, mas Usain Bolt teria dado jeito hoje. Podemos preparar muito bem os alunos, podem até ser todos excelentes, aplicados, empenhados, interessados mas não os podemos preparar para estas ‘idiossincrasias’ do Gabinete de Avaliação Educacional, GAVE para os íntimos. Se é a isto que chamam rigor devem estar equivocados. Aquilo era uma prova de maratona. Só os que têm fôlego se salvarão, não necessariamente os que sabem.
E serve tudo isto para dizer que não, os exames nacionais não são fiáveis, não têm coerência alguma de ano para ano, uns anos são assim, outros assado e outros nem por isso, apesar de serem exactamente os mesmos programas. Servem propósitos vários mas não aquilo para que alegadamente foram instituídos. Dizia Nuno Crato que o Ministério da Educação devia ser implodido, isto antes de se tornar eminente Ministro da Educação, porque agora, fazendo parte do sistema, faz o que outros antes fizeram: muito pouco de jeito. É pena. É preciso ter fôlego.


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Quem dá mais?

Figo foi visto ao lado do Relvas no jogo de Portugal em Varsóvia. A base de licitação são 150 mil por pequeno-almoço.

Momentos de instantâneo chauvinismo

Acontece que, além de tpm e de outras maleitas e infelicidades bem femininas, não sou rapariga de fazer muitos disparates alegadamente atribuídos às mulheres. Tenho bom sentido de orientação, não conduzo mal, faço piscas e tudo, choramingo pouco, mas, há sempre um mas, ontem lembrei-me de ligar o carregador do computador ao contrário. Dizem-me e mostram-me até que a coisa tinha indicação de como devia ser conectada. E tinha. Não vi. E o computador esticou o pernil. Há que fazer coisas de mulher de vez em quando. Foi ontem o dia.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Véspera

A idade é um estado que se nos instala após o corpo começar a decair. Não logo. Não são as primeiras rugas. Não são os primeiros vincos na testa ou as expressões marcadas de risos e desrisos. Como uma árvore tombada com o peso dos ramos assim somos nós, tombados pelo peso de tudo o que está para trás. E como uma árvore trazemos inscritas na alma as afirmações de isso que fomos, declarações de intenções carcomidas reduzidas a rabiscos indeléveis. E como uma árvore temos buracos ocos impreenchíveis de ausências. E sei quando. Sei quando se me descaíram levemente as pálpebras, sei quando me começou a falhar a ortografia, perfeita outrora, sei quando me chegaram as olheiras. E sei quando percebi que o corpo se me descaía sem piedade. E dei-me tempo. O tempo de perceber que agora outro tempo começara e uma vez entendido o caminho de Cronos assumi esta condição de envelhecer como a coroa de tempos vividos. Não são as rugas.

domingo, 10 de junho de 2012

Declaração a quem possa interessar

Depois do jogo de ontem e ainda antes fartei-me de ler e ouvir comentários sobre os apelidos dos alemães não soarem nada 'arianos' e digo 'arianos' e não germânicos, porque esta gente parou no Holocausto. É a única coisa que conhecem da Alemanha e a única coisa que têm como certa e identificativa de um povo. O que se passou de então até agora é a repetição ad nauseam do epíteto de sempre Nazis! Não se aguenta.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Confissões em noite de lua cheia

São 23.54. Dou por encerrado o meu dia de hoje e aguardo com expectativa a semana que a amanhã começa. Encerro um ciclo de dois anos que passei com os meus alunos de Alemão. Eram vinte e oito e acabaram em vinte e quatro. Chegaram-me imberbes, tão imberbes como nunca tinham chegado antes ou talvez eu não estivesse tão velha como estou agora. E tenho medo. Não me dou ao luxo de me mostrar assim despedida, assim frágil porque para o ano ninguém mais me vai dar um abraço pela manhã, enquanto entra saltitante de cabelos longos e olhar terno, beijar-me a testa quando se vai embora com um Gosto muito de si, stora ou exigir a primazia no meu coração e afectos Nós é que somos as suas ovelhinhas e torcer por mim no espaço virtual quando me envolvo em lutas blogosféricas Bora, Stora! Hoje é lua cheia e dizem que há lobisomens e outros demónios à solta. Deve ser disso. Vou já deitar os meus. Aferroá-los na arca dos que não se confessam jamais.A semana vai ser longa e a lua esconder-se-á então.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O orgulho em alta



O restauro dos seis órgãos da Basílica do Palácio Nacional de Mafra foi galardoado com o Prémio Europa Nostra 2012. Morro de orgulho pela minha terra. O mestre organeiro Dinarte Machado está de Parabéns!!!!

Mais do mesmo

Não valia a pena terem diabolizado o Sócrates, pedirem sacríficios ao povo, roubarem-nos em impostos, taxas, subsídios, sobretaxas, portagens e tudo o que respire e viva e virem com aquele ar de honestidade de plástico doutrinarem-nos sobre a crise e a Troika, blá, blá, blá. Que se calem. E se possível se vão embora. Não vejo o dia.

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