Há alturas em que preciso de escrever. Há momentos em que gosto de escrever e há momentos em que não sei escrever. Será por isto?
Com os anos a morte vai-se tornando familiar. Quero dizer não a ideia da morte, não o medo da morte: a realidade dela. As pessoas de quem gostámos e partiram amputam-nos cruelmente de partes vivas nossas, e a sua falta obriga-nos a coxear por dentro. Parece que sobrevivemos não aos outros mas a nós mesmos, e observamos o nosso passado como uma coisa alheia: os episódios dissolvem-se a pouco e pouco, as memórias esbatem-se, o que fomos não nos diz respeito, o que somos estreita-se. A amplidão do futuro de outrora resume-se a um presente acanhado.
António Lobo Antunes in Segundo Livro de Crónicas
Isto e tao verdadeiro e tao triste tambem....
ResponderEliminarEsta entao:
A amplidão do futuro de outrora resume-se a um presente acanhado.
deixa-me apertada por dentro.
Beijos
Parece que tenho de ler o ALA... Muito bonito, e verdade...
ResponderEliminarJinhosss
O ALA tem textos muito bonitos. Costumo até guardar as crónicas da "Visão". Levo muito tempo lê-lo, especialmente os romances, por isso é que tem ficado para trás.
ResponderEliminarBeijinhos