o teu sono anoiteceu mais que a noite
e hei-de escrever-te sempre sem que nunca
te escreva sei as palavras que fechaste
nos olhos mas não sei as letras de as dizer
ensina-me de novo se ensinares-me for
ir ter contigo ao teu sorriso ensina-me
a nascer para onde dormes que me perco
tantas vezes numa noite demasiado pequena
para o teu sono num silêncio demasiado fundo
dormes e tento levantar a pedra que te
cobre maior que a noite o peso da pedra que
te cobre e tento encontrar-te mais uma vez
nas palavras que te dizem só para mim
o teu sono anoiteceu mais que as mortes
que posso suportar e hei-de escrever-te
sempre e mais uma vez sozinho nesta noite
José Luís Peixoto, A Criança em Ruínas
Pelo amor de Deus, de onde saiu esta criatura?
ResponderEliminarQue coisa mais linda!!!!!!!
Gláucia, me envia tua morada que te mando livros do José Luís Peixoto. O primeiro livro dele dir-nos-á muito às duas, é sobre a morte do pai e chama-se Morreste-me. É um dos mais promissores jovens escritos portugueses e um dos meus preferidos também. O segundo post deste blogue tem um poema dele. Bjs grandes
ResponderEliminarEnviarei por mail. Não me farei de rogada, pois simplesmente me apaixonei pela escrita do cidadão. Fico imensamente agradecida. Isso é evidente. Vou ao segundo post. Um abraço.
ResponderEliminarL. desculpa, mas eu roubei-te este poema...nem que eu tentasse, nao ia conseguir dizer o que sinto melhor do que o Jose Luis Peixoto
ResponderEliminarA mim não roubaste nada, linda, e ao J. L.Peixoto também não senão não publicava :-) Mas também gosto muito deste poema.
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