Começo a achar que devo ter tendência para atrair malucos e pataratas. Hoje fui à praia pela tarde. O tempo estava bom, calor, algum vento, nada de novo por aqui, e tinha a tarde livre. Peguei na tralha e num livrinho e fiz-me ao sol. Gosto da praia nesta altura. Tem um certo desalinho que me agrada. Ainda não há muita gente nem muito movimento. O areal é grande, extenso e sendo uma grande preguiçosa não procurei muito. Estendi-me ao sol, tranquila, como há muito tempo não acontecia. Perto de mim um casal de meia-idade com um chapéu-de-sol e mais à frente uma ou outra pessoa. O mar batia ruidoso, com as ondas do costume, no entanto, nada que não se consiga suportar, comparado com as temperaturas impraticáveis com que nos brinda o Verão quase todo. Assim parecia estar hoje também.
Passado um tempo apareceram três ruidosos homens. Tivesse sido há uma década atrás e diria que tinham sido guiados pela testosterona, que nem porcos à procura de trufas na floresta, mas agora que “arrumei as chuteiras” e elas me arrumaram a mim e tenho espelhos em casa, pude constatar e verificar aquilo que venho observando desde sempre mas que continuo sem saber explicar de forma lógica e racional: que o português é um rapaz que adora calor humano na praia e, mesmo estando a praia quase vazia, tem a tendência incontrolável de se plantar bem perto dos outros. Este espírito gregário não lhe ficava assim tão mal se, concomitantemente, não expusesse, a espaços, a falta de maneiras e alardeasse a grosseria. Ignorei–os claro, o acinte de mudar de lugar pareceu-me desajustado, e continuei lendo o meu livrinho. Falavam alto, impossível era não ouvi-los. Um disse Bamos amandar um margulho! o outro respondeu Na sêi nadari e um outro retorquiu atão, nadas à cão. O primeiro dirgiu-se ao mar e, quando voltou, afirmou peremptório F***s, a água tá fria cumó c*****o! É lógico que sim, é sabido que por estas bandas a temperatura da água ressuscita os mortos e desfalece os vivos, mas ainda assim tamanha eloquência era desnecessária. Lá mais para o fim da tarde ouvi-os de novo Eh pá, atão, a gente bai só ali acima… Havia um que discordava e argumento cá, argumento lá, acabaram por dizer, acabei por ouvir Ó pá, pedes aí à patroa pra ela ber as nossas coisas… Continuei concentrada no livro. Um deles dirigiu-se então a mim Ó patroa, na simporta de ber as nossas coisas ca gente bai só ali acima? Não sei de quem quereriam proteger os seus haveres, cá a patroa era a única que se situava perto dos mesmos, mas lá fui deitando um olho. Afinal não é todos os dias que se é promovido desta forma.
Passado um tempo apareceram três ruidosos homens. Tivesse sido há uma década atrás e diria que tinham sido guiados pela testosterona, que nem porcos à procura de trufas na floresta, mas agora que “arrumei as chuteiras” e elas me arrumaram a mim e tenho espelhos em casa, pude constatar e verificar aquilo que venho observando desde sempre mas que continuo sem saber explicar de forma lógica e racional: que o português é um rapaz que adora calor humano na praia e, mesmo estando a praia quase vazia, tem a tendência incontrolável de se plantar bem perto dos outros. Este espírito gregário não lhe ficava assim tão mal se, concomitantemente, não expusesse, a espaços, a falta de maneiras e alardeasse a grosseria. Ignorei–os claro, o acinte de mudar de lugar pareceu-me desajustado, e continuei lendo o meu livrinho. Falavam alto, impossível era não ouvi-los. Um disse Bamos amandar um margulho! o outro respondeu Na sêi nadari e um outro retorquiu atão, nadas à cão. O primeiro dirgiu-se ao mar e, quando voltou, afirmou peremptório F***s, a água tá fria cumó c*****o! É lógico que sim, é sabido que por estas bandas a temperatura da água ressuscita os mortos e desfalece os vivos, mas ainda assim tamanha eloquência era desnecessária. Lá mais para o fim da tarde ouvi-os de novo Eh pá, atão, a gente bai só ali acima… Havia um que discordava e argumento cá, argumento lá, acabaram por dizer, acabei por ouvir Ó pá, pedes aí à patroa pra ela ber as nossas coisas… Continuei concentrada no livro. Um deles dirigiu-se então a mim Ó patroa, na simporta de ber as nossas coisas ca gente bai só ali acima? Não sei de quem quereriam proteger os seus haveres, cá a patroa era a única que se situava perto dos mesmos, mas lá fui deitando um olho. Afinal não é todos os dias que se é promovido desta forma.
ROTFL
ResponderEliminarRealmente há cada uma... :P
Bem, pelo menos não te pediram para lhes pagares salário!!!:))))
ResponderEliminarSó visto... acreditem que até me deu vontade de rir quando ele me chamou patroa.
ResponderEliminarPor aqui te chamariam de "tia"...
ResponderEliminarE "tia" também é assim pouco polido, Avenalve?
ResponderEliminarBom, fartei-me de rir! É com cada situação... :p
ResponderEliminarBeijoca grande!
Inicialmente as crianças da pré-escola foram ensinadas a chamar as professoras de "tias". Depois a moda passou para as crianças da escola primária. Aí qualquer criança ou menor de rua chama qualquer mulher de "tia". Já os jovens tammbém se referem às mulheres mais velhas do que eles como "tias". Dito assim é pejorativo.
ResponderEliminarLOL!!!
ResponderEliminarÉ patroa para as mulheres e chefe para os homens, soa sempre bem!!!
A partir de agora, és patroa e mai-nada!! ;op
ResponderEliminarLOL!
ResponderEliminar"carago" patroa! temos estatuto!
lol ele há cada um!!!
ResponderEliminarfoi mesmo para a história!!! ahah :D
lol é kum kada um! :D ahah
ResponderEliminarlol é kum kada um! :D ahah
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