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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Sem dia nem estação

O início do crepúsculo deixava uma aura dourada a reflectir-se nas janelas vinda de lá do lado do mar onde se anunciam os ocasos rubros do início do Outono. À minha frente caras desconhecidas, um primeiro contacto nesta aventura de regresso à escola após anos, décadas talvez, de interregno. E o sossego instala-se, um silêncio pontilhado apenas com o contacto do papel na carteira amarelada e o restolhar dos adereços femininos, os sorrisos que pairam como uma aroma suave a enlear a sala para dar lugar ao semblante mais concentrado na tarefa à sua frente. Lá fora o crepúsculo. Revejo os papéis no momento de acalmia, arrumo as sobras do silêncio e começo a leitura. Um nome. Um nome igual a todos os outros. Um nome que seria exactamente igual, caso mais dados não confirmassem a coincidência. Sussuro-me Que giro! É da empresa do Papá. Vou-lhe contar. E o resto é conhecido. Letras e letras desta ausência que atiro longe para lá do sol poente em início de Outono e me regressa sempre como um boomerang sem dia nem estação

3 comentários:

  1. A Leonor escreve muito bem. :)
    (era só para dizer isto)

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  2. Obrigada, Mike.
    O Mike, além de muito civilizado pelo que li hoje no seu blogue, é um querido :)

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  3. :) (corei) :)
    Muito simpático da sua parte, Leonor. :)

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